França formalizará ensino da ‘Ideologia do gênero’ em suas escolas em 2015, afirma ministro da educação

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Existe um fio condutor no compromisso social de Farida Belghoul. Na década de 80 ia para as ruas como líder da “beur movimento”, formado por multidões de jovens norte-africanos que pediam integração na sociedade francesa. Hoje, depois de quase trinta anos de “descanso” das atividades públicas, uma nova emergência social levou-a a assumir o seu papel, usando seu inegável talento para atrair. Trata-se da difusão da ideologia de gênero, que “é mortal” e parte de “um projeto global que tem por objetivo garantir que as crianças percam todos os pontos de referência.”

É “mais grave” do que o racismo. Palavras duras, proferidas em entrevista ao Il Foglio, que atestam o nível de consciência que este ícone dos direitos civis, de origem argelina, demonstra a respeito do fenômeno, que “tende a tirar das crianças o último reduto que permite a identificação com algo sólido e enraizado: a identidade sexual”.

Na França, o ‘gênero’ começou a estabelecer-se na sala de aula há alguns anos, na época em que a grande maioria das pessoas jamais teria ousado imaginar que um programa educacional pudesse ser tão subversivo ao ponto de minar os fundamentos do direito natural. Agora, o projeto atingiu o seu ápice. Sob o pretexto de “luta pela igualdade e contra a homofobia”, o ministro da Educação, Vincent Peillon, “nos passos de seu predecessor, Luc Chatel,” estabeleceu a meta, para o início do próximo ano letivo, de formalizar a educação de gênero nas escolas.

Seria o marco institucional para uma realidade já existente na prática: “centenas de escolas estão envolvidas no projeto, que tem como objetivo declarado “desconstruir os estereótipos de gênero”. E como estereótipos de gênero, esses “jacobinos de identidade sexual”, compreendem a diferença entre meninas e meninos, como a atitude de uma menina que brinca com bonecas e um menino com os carrinhos. Para Farida Belghoul tudo isso é uma loucura. “Goste ou não os partidários do gênero, a diferença sexual é a origem da humanidade.  A reprodução humana ocorre devido a esta diferenciação, que é o fundamento do mundo em que vivemos, e que a ideologia de gênero pretende destruir de modo astuto, ‘pelas costas’ dos pais”. “É um projeto claro e organizado, que devemos absolutamente impedir”, insiste .

Para detê-lo, foi organizado um movimento intitulado Journée de Retrait de L`Ecole (“um dia ao mês sem escola”). Mais de setenta comitês e milhares de pais aderiram à ideia. Os próprios têm trabalhado, provocando uma movimentação que corre rápido através de sms, e-mails, redes sociais e boca a boca, reunindo uma avalanche de adeptos. Muitas escolas francesas ficaram quase vazias, em protesto contra a educação tingida de “arco-íris”.

A campanha de boicote assustou o governo. O Ministério da Educação chamou às pressas os pais (católicos, muçulmanos, não-crentes…) que tinham decidido retirar seus filhos da escola, para explicar-lhes que a doutrinação do gênero era apenas uma crença, resultado da conspiração típica de “reacionários” e eclodido pela “extrema direita”. Mas o exercício imperecível, peculiar à gauche, de agitar o “espectro negro” desta vez não teve o efeito desejado.

Além disso, Peillon foi desmentido, há alguns meses atrás, por uma colega do Executivo, Ministra dos Direitos das Mulheres, Najat Vallaud – Belkacem, que em entrevista ao 20minutes.fr, disse: “A teoria de gênero, que explica a “identidade sexual” dos indivíduos , seja através do contexto sócio- cultural que da biologia, tem o mérito de abordar as inadmissíveis e persistentes desigualdades entre homens e mulheres, ou, a homossexualidade, e realizar o trabalho pedagógico sobre esse assunto”.

Palavras que soaram como um alarme aos ouvidos de Farida Belghoul. “Estamos diante de um estado totalitário, que está operando tendenciosamente para impor a sua ideologia, aproveitando de nossos filhos. Quer substituir pais e mães, considerados implicitamente incompetentes, e reeducar nossos filhos, ‘arrebatando-os’, e aqui cito o ministro Peillon, pelo “determinismo familiar”.

O problema, no entanto, sendo o sintoma de uma tendência cultural expandiu-se rapidamente por todo o Ocidente, para além das fronteiras francesas. Por isso, Belghoul considera necessário que “todas as famílias da Europa, todas as mães e pais, estejam cientes do que está acontecendo com nossos filhos, porque eles estão sendo destruídos.” Se não vencermos a batalha, “será uma catástrofe para toda a humanidade”. Porque a “teoria de gênero leva a barbárie”. Palavras de Farida Belghoul, ex- ícone da esquerda francesa, ativista em favor do bem social.

Por Federico Cenci

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