Igreja (“cortando a própria carne”) destituiu 884 sacerdotes por abusos de menores na última década.

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O Vaticano insistiu nesta terça-feira (6) em seu “compromisso total” com a luta contra casos de pedofilia na Igreja, manifestando a uma comissão das Nações Unidas em Genebra sua determinação de erradicar esses abusos.

“Uma análise séria da realidade sobre o que a Santa Sé e os religiosos locais fazem demonstra claramente e sem ambiguidades que não há, com certeza, qualquer impunidade”, garantiu o representante do Vaticano na ONU, monsenhor Silvano Tomasi, que concedeu essas declarações à Comissão da ONU contra a Tortura.

Esse comitê das Nações Unidas também examina os casos de abuso infantil.

Tomasi disse ainda que, nos últimos dez anos, foram examinados 3.420 casos baseados em “acusações críveis”, referentes a abusos cometidos por religiosos entre os anos 1950 e 1980. Desses, 848 padres foram expulsos da Igreja.

Outros 2.572 foram “orientados” a “viver uma vida de orações e penitência” nos monastérios, por exemplo – declarou o núncio apostólico, acrescentando que esses religiosos foram colocados em um contexto sem acesso a menores.

Na segunda-feira (5), o Vaticano apresentou seu primeiro relatório na Comissão da ONU contra a Tortura, uma tarefa à qual devem se submeter todos os signatários da Convenção contra a Tortura de 1984.

A Santa Sé assinou a Convenção Internacional em 2002, mas esta foi a primeira vez que apresentou um informe a esse comitê da ONU, com sede em Genebra.

O relatório do Vaticano sobre a tortura foi apresentado após a divulgação das conclusões do comitê da ONU sobre os direitos das crianças. Segundo o documento publicado em janeiro passado, a Santa Sé “não adotou as medidas necessárias para tratar dos casos de menores abusados sexualmente por padres”.

Os especialistas da ONU exigiram do Vaticano a publicação das medidas adotadas contra os religiosos acusados de abuso sexual e a garantia de que seriam suspensos de suas funções.

Em 3 de maio, uma comissão de especialistas para a proteção infantil nas instituições da Igreja, criada pelo papa Francisco, anunciou que seriam instaurados “procedimentos eficazes” na Igreja para a punição de padres pedófilos. Nenhuma medida jurídica vinculante chegou a ser proposta.

Em abril, o papa Francisco pediu “perdão” pelos crimes pedófilos e exigiu sanções “muito severas”.

Em Genebra, o monsenhor Tomasi alegou que a Convenção tem a autoridade sobre o território da Santa Sé, “e não sobre todos os integrantes da Igreja Católica”.

Fonte: AFP

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