TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR - 06 de Agosto

Hoje toda a Igreja celebra a Transfiguração de Jesus. Essa festa que tem um significado que precisa ser conhecido e aprofundado. Seria uma manifestação antecipada da glória do Senhor? Ou uma confirmação a respeito do caminho que Jesus deveria seguir para realizar a redenção? As presenças de Moisés e de Elias, a voz do Pai no meio das nuvens, dão o significado teológico da narração. Que saibamos ver quem é Jesus e como segui-lo com fidelidade.

Nos diz o bispo Anastásio Sinaíta em seu sermão sobre a Transfiguração – “Jesus manifestou a seus discípulos este mistério no monte Tabor. Havia andado com eles, falando-lhes a respeito de seus reino e da segunda vinda na glória. Mas talvez não estivessem muito seguros daquilo que lhes anunciara sobre o reino. Para que tivessem firme convicção no íntimo do coração e, mediante as realidades presentes, crescem nas futuras, deu-lhes ver maravilhosamente a divina manifestação do monte Tabor, imagem prefigurada do reino dos céus. Foi como se dissesse: para que a demora não faça nascer em vos a incredulidade, logo, agora mesmo, eu vos digo, alguns dos que aqui estão provarão a morte antes de verem o Filho do homem vindo na glória de seu Pai 9cf. Mt 16,28).

Mostrando o evangelista ser um só o poder de Cristo com sua vontade, acrescentou: E seis dias depois, tomou Jesus consigo Pedro, Tiago e João e levou-os a um monte alto e afastado. E transfigurou-se diante deles; seu rosto brilhou como o sol, as vestes se fizeram alvas como a neve. E eis que apareceram Moisés e Elias a falar com ele (cf. Mt 16,28).

São estas as maravilhas da presente solenidade, é este o mistério de salvação para nós que agora se cumpriu no monte: ao mesmo  tempo, congregaram-nos agora a morte e a festa de Cristo. Para  penetrarmos junto àqueles escolhidos dentre os discípulos, inspirados por Deus, na profundeza destes inefáveis e sagrados mistérios, escutemos a voz divina que do alto, do cume da montanha, nos chama instantemente.

Para lá, cumpre nos apressarmos, ouso dizer, como Jesus, que agora nos céus é nosso chefe e precursor, com quem refulgiremos aos olhos espirituais – renovadas de certo modo as feições de nossa alma – conformados à sua imagem; e à semelhança dele, incessantemente transfigurados, feitos consortes da natureza divina e prontos para as alturas.

Para lá corramos cheios de ardor e de alegria; entremos na nuvem misteriosa, semelhantes a Moisés e Elias ou Tiago e João. Sê tu também como Pedro, arrebatado pela divina visão e aparição, transfigurado por esta linda Transfiguração, erguido do mundo, separado da terra.  Deixa a carne, abandona a criatura e converte-te para o Criador a quem Pedro, fora de si, diz: Senhor, é bom para nós estarmos aqui (Mt 17,4).

Sim, Pedro, verdadeiramente é bom para nós estarmos aqui com Jesus e aqui permanecermos pelos séculos. Que pode haver de mais delicioso, de mais profundo, de melhor  do que estar com Deus, conformar-se a ele, encontrar-se  na luz? De fato, cada um de nós, tendo Deus em si, transfigurado em sua imagem divina, exclame jubiloso. É bom para nós estarmos aqui, onde tudo é luminoso, onde está a alegria, a felicidade e a alegria. Onde no coração tudo é tranquilo, sereno e suave. Onde se vê a Cristo, Deus. Onde ele junto com o Pai tem sua morada e ao entrar, diz: Hoje chegou a salvação para esta casa (Lc 19,9). Onde com Cristo estão os tesouros e se acumulam os bens eternos. Onde as primícias e figuras dos séculos futuros se desenham como em espelho.

 

Jesus, manso e humilde de Coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso!

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