Família

A Europa, o vandalismo e o pai ausente.

| Imprimir | PDF 

“Não adianta tapar o sol com a peneira”, escreveu o ex-diretor doCatholic Herald, William Oddie.

“Agora temos a prova de que abolir os direitos dos pais e promover famílias monoparentais é desastroso: o desastre aconteceu”, foi o título de seu artigo.

Oddie cita estudo do Instituto de Investigação das Políticas Públicas (IPPR) mostrando que a maioria dos criminosos que vandalizaram Londres e outras ciudades inglesas provinha de “familias monoparentais” e de lares desestruturados.

Entre os delinquentes presos há varios membros de familias acomodadas e até milionarias que roubaram e saquearam lojas e supermercados sem terem necessidade.

Os juízes ingleses ficaram pasmos ao ver que nenhum pai dos saqueadores menores de idade comparecia aos processos. “Salvo num caso”, disse o juíz Jonathan Feinstein, de Manchester, “não vi sequer um pai no tribunal”.

Oddie escreveu que nenhum partido governante está eximido de culpa.

“Desde os anos sessenta – escreveu – o divórcio ficou cada vez mais fácil e espalhou-se a idéia de que há muitas formas de família e de que o casamento é uma opção a mais. E aquele que desaconselhava a paternidade ou maternidade para os solteiros era considerado um fascista”.

“Todo mundo, incluídos os governos de todas as cores, sabiam que o casamento é a base da estabilidade social. Não houve nada de inevitável no acontecido [...] isto foi um projeto político deliberado”, concluiu Oddie.

Compartilhar

“40 minutos na Terra, para sempre em nossos corações”. A pequena grande vida de Esther.

| Imprimir | PDF 

Leia primeiro o texto. Depois veja as imagens.

***

Acordei às 6 horas com a sensação de que estava perdendo líquido. Me levantei rapidamente… “Será que estou com tanto sono que para não acordar meu corpo resolveu perder xixi?”

Estava mesmo cansada. Cinco horas antes tinha assistido ao nascimento do Henrique. Eu estava cansada mas muito feliz. Foi um lindo parto natural na suíte de parto do Hospital da Unimed. Seus pais, Mônica e Paulo, estavam super felizes com tudo que tinha acontecido. E eu e Isabel tínhamos voltado para casa, naquela madrugada, com nossa alma renovada.

Mas aquele líquido que saída de dentro de mim não era minha bexiga cansada. Me levantei e o líquido continuou saindo. Fiquei parada no banheiro sem conseguir pensar em nada. A Esther tinha 36 semanas e nós havíamos combinado que ela ficaria na sua casinha o tempo que quisesse, eu pedi muito a ela que ficasse até 42 semanas, mas sabíamos que eu não poderia controlar este tempo…

“Quésia, o que aconteceu?” – Murmurou Arthur, incomodado com a claridade que vinha do banheiro … “Amor, está saindo um líquido…” “Pode ser xixi?” “Acho que é..” – não consegui acordá-lo, ainda… “Então termina de fazer e vamos dormir mais, está muito frio…”

Terminei de fazer o xixi, minha bexiga estava cheia mesmo. Tomei banho e vesti uma calça de algodão. Andréia chegou e preparou o café. Mostrei a ela a calça. Havia uma manchinha de líquido. Fui tomando café e de 10 em 10 minutos olhava a manchinha, que só aumentava…

“Hemmerson, estou com incontinência urinária grave.” – mandei para ele uma mensagem de celular. “Mas a Andréia já chegou e está lavando as últimas roupinhas da Esther”.

Imediatamente o telefone tocou: “Por que você gosta de brincar com coisa séria? Eu nunca sei se você está falando a verdade…O que está acontecendo?” — Hemmerson tinha entendido o recado…

“Amor… Você já tomou café?” – Arthur chegou na sala.  “Hum-hum… Olha…” – mostrei a ele a mancha molhada na calça, que àquelas alturas já era bem grande…

“Bolsa rôta?” – Ele me abraçou forte. Sabia que agora a partida da nossa filhinha poderia estar muito próxima, e que estávamos diante do incontrolável.

“Hemmerson está vindo…”

Era bolsa rôta. Hemmerson almoçou conosco. Telefonamos aos nossos pais, que moram a 960 e 1400 km de nós, para que viessem.

“Hemmerson, pode ir embora que vou no hospital olhar como está a Mônica e vou fazer as unhas. Não posso segurar minha filha com as unhas assim.”  Ele sorriu… “Não demore a me chamar, ok?”

Mônica estava radiante. O Henrique era um fofo de 3700 g e mamava sem parar. Arthur foi comigo até a suíte de parto, pegamos nossa banheira inflável e descemos os seis andares do hospital de mãos dadas.

“Nívea? É a Quésia! Será que a Naiara pode ir fazer minhas unhas em casa? É que estou tendo algumas contrações…”

Naiara foi e comecei a sentir que não demoraria para o trabalho de parto chegar…“Pode passar Renda com Paris” – Consegui relaxar no meu sofá ouvindo as histórias da Naiara, minha manicure. Era um dos momentos prediletos da minha semana…

A Esther mexia sem parar…

Mas o trabalho de parto só engatou à noite. Eu sabia que seria assim. “É quando seu cérebro desliga” – dizia Hemmerson.

Entrei em baixo do chuveiro com as luzes apagadas. Eu sempre fazia isto quando precisava me concentrar e relaxar, ou quando estava com crise de enxaqueca. Arthur entrou junto comigo e começou a fazer massagens.

“Amor, esse banheiro é muito pequeno. Quando a Isabel chegar, não vamos caber todos aqui. Na casa nova vamos fazer um box que caiba,  ok?”

Sorrimos e nos abraçamos, enquanto as contrações iam ficando mais fortes.

Isabel chegou e ficamos caminhando pela casa, na penumbra.  Deixamos apenas luzes indiretas e de abajours.

Pedi ao Arthur para ligar para o Hemmerson. Senti que estava em fase ativa.

“Quésia, acho que é um bom momento para irmos. Suas contrações estão bem intensas e teremos tranqüilidade para você se instalar em outro ambiente”

5 centímetros. Hemmerson foi na frente para providenciar a internação. Sálua estava de plantão, uma ajuda providencial para que minha recepção fosse perfeita.

Arthur parou o carro na porta do elevador. Desci no sexto andar e conheci a enfermeira Ana Paula. Um anjo que abriu as portas da suíte para nós.

As luzes permaneciam apagadas e a Soraia já estava lá. O ambiente continuava pacífico e silencioso, como na minha casa. A Esther ainda mexia sem parar, o que me dava força e alegria.

“Isabel, pode encher a banheira, está ficando difícil…”.  Arthur continuou comigo no quarto enquanto Isabel e Soraia enchiam a banheira.

O banheiro estava perfeito. Quente, com minhas velinhas espalhadas. Entrar na água morna foi extremamente prazeroso.

Ficamos só eu e Arthur lá dentro. Cantamos, choramos e sorrimos. Eu estava muito feliz por estar em trabalho de parto, tinha muito medo de ter que induzir o nascimento de minha filhinha, com 42 semanas.

Mas eu também estava triste e confusa com a possibilidade do fim.  Eu sabia que com bolsa rôta as chances de ela nascer com vida eram menores. E ainda sabia que a chance de complicações na saída eram maiores, no nascimento de bebês como a Esther.

Em algum momento esses medos passaram forte pelos meus sentimentos, e coloquei os dedos no canal do parto.  A apresentação estava alta, e eu não conseguia perceber o que se apresentava.

“Quésia, cai na real! Seu parto é um parto distócico! Vai doer muito! Você não precisa sofrer, o expulsivo vai demorar muito…” — Pensei…

Saí da banheira determinada: “Hemmerson, chama o Niwton.”

8 centímetros. Para mim não importava. Tudo estava muito bem, muito tranqüilo até ali. Eu não queria estar desconfortável na chegada da minha filhinha, que ainda se mexia muito. E a dor estava me deprimindo.

Niwton foi fantástico. Passou um cateter de peridural na penumbra, em uma grávida que gritava e se mexia sem parar. Mas eu sabia que ele era assim tão bom. Por isto estava ali.

Me rendi ao cansaço e dormi. Acho que todos fizeram o mesmo. E foram acordados com meus gritos de dor quando se passou o efeito da dose do anestésico…

“10 centímetros, Quésia, e ainda tem uma bolsa.” Hemmerson já tinha me dito isto desde o começo, que era uma rotura alta, mas só naquele momento eu consegui perceber a bénção que o Senhor tinha me dado: Minha filha ainda estava se mexendo, a bolsa estava íntegra e só faltava o expulsivo! “Obrigada, Senhor, pela delicadeza dos dedos do Hemmerson e pela resistência dessa parte da bolsa que protege a cabecinha da Esther” – orei em meu coração.

Parecia que não havia mais nada da analgesia. Senti uma dor muito forte em um ponto específico da pelve e gritei muito no expulsivo. Gritar me ajudava a vencer o medo. O medo da vida, do encontro com ela, do encontro com a realidade da doença dela, o medo da morte…

Ela veio de face. Agradeço ao Senhor também por isto. A bolsa rompeu só no final do expulsivo, que foi rápido, segundo eles. Para mim foi uma eternidade…

Fizeram tudo exatamente como no nosso plano de parto. Foi tudo exatamente como eu e Arthur sonhamos e pedimos ao Senhor durante a gestação. Quando a Esther saiu, Soraia a secou, colocou a touquinha e me entregou minha linda filhinha.

Ela estava viva!!! Espirrou algumas vezes e segurou meu dedo firmemente. Segurei o cordão, que pulsava a mais de 100 batimentos. Ela não estava bradicárdica e meu medo foi diminuindo.

Pedi para minha família entrar. Todos entraram, alguns sorrindo, alguns chorando. Falei que podiam fotografá-la, que ela estava viva.

Senti a placenta saindo. Hemmerson pediu para ficar só minha mãe e minha irmã.

“Arthur, quer cortar o cordão?” – alguém perguntou.  Segurei no cordão, que já não pulsava. E ela ainda estava apertando meu dedo, ainda estava ali.

“Pode cortar amor, já parou de pulsar”.

Arthur cortou. E ela se foi.

Ela se foi no mesmo momento em que ele cortou o cordão. O pior momento das nossas vidas.

Ela soltou meu dedo. E eu chorei alto. Era a pior dor que eu tinha sentido nas últimas horas.

Choramos todos naquela suíte de parto. Perdemos nossa filhinha, perdemos nossa Esther.

Foi tão rápido! Tão intenso! Tão maravilhoso!

Soraia colocou seu mini-estetoscópio no tórax da Esther e confirmou: “Ela não está mais viva, ela partiu”. Disse que foram 40 minutos de vida. Mas para mim foram 40 segundos. O que eu fiz naqueles 40 minutos, meu Deus? Onde eu estava?

Lembro que quando meus irmãos entraram na suíte eu levantei ela e mostrei todo o seu corpinho para eles e logo a coloquei em contato com minha pele novamente, para que não perdesse calor.

Lembro do Arthur chorando e a beijando.  Lembro dos sorrisos dele cada vez que ela espirrou. E de ouvir ele dizer várias vezes: “Ela é linda, meu bem! Ela é perfeita!”

Ficamos ali ainda algum tempo, em silêncio, curtindo cada parte do corpinho dela. Nossa família entrou novamente e oramos juntos, de mãos dadas, entregando a Esther ao Senhor.

“O SENHOR nos deu, e o SENHOR nos tomou: bendito seja o nome do SENHOR.”– Arthur susurrou o texto de Jó 1:21b em meus ouvidos.

Me lembrei do dia dois de abril, quando ficamos sabendo que nossa filhinha na verdade não era nossa. Que teríamos que devolvê-la ao Criador em breve. E que Ele nos falou claramente aquele texto enquanto olhávamos para a imagem na tela do ultrassom.

Agradeci ao Senhor por tudo. Por aquele parto maravilhoso. Pelo Hospital Mater Dei, pela suíte de parto, pela equipe humanizada que nos atendeu e nos respeitou, pelo Núcleo Bem Nascer…


Agradecemos, ainda, por cada um que ajudou a trasformar nosso pranto em alegria:

- Hemmerson Magioni, obstetra, que celebrou cada minuto da vida da Esther, antes e após o diagnóstico.

- Júlio Couto, ultrassonografista, que continuou sendo médico mesmo sem possibilidade terapêutica para nosso feto.

- Soraia Nogueira, pediatra, que nos acolheu e cuidou da nossa filhinha como se ela fosse ser sua paciente por muitos e muitos anos…

- Niwton Toledo, anestesiologista, que ficou de plantão fora da suíte aguardando a possibilidade de ser convidado a participar da nossa história.

- Isabel Cristina, doula, que com suas mãos conseguiu diminuir nossa dor e nosso medo.

- Jane e Oswaldo Marra, fotógrafos, que choraram e oraram conosco, trabalhando com amor e profissionalismo para que a história da Esther se eternizasse.

- Sandro Chaves e Márcia Salvador, diretores do Hospital Mater Dei, que receberam com carinho nosso plano de parto e abriram as portas do hospital para nossa família, permitindo que o nascimento e morte da Esther fossem tratados com respeito e dignidade.

- Nossa família querida: pais, irmãos, cunhadas, primos, tios… que viveram ao nosso lado todos os momentos, felizes e tristes, da história da Esther.


 
Compartilhar

Divórcio: “bom” para os pais, bom para os filhos?

| Imprimir | PDF 

As gerações anteriores julgavam que o divórcio era uma “liberdade” e uma “conquista” a ser aproveitada. Porém, para a geração de jovens que hoje estão casando, e que sofreram as consequências do divórcio de pais e avós, o ideal é o oposto.

“Aconteça o que acontecer, nós nunca divorciaremos”, é a frase que os caracteriza, escreveu Susan Gregory Thomas no “The Wall Street Journal”.

Nos EUA, os índices de divórcio atingiram um auge por volta dos anos 80. Porém, agora estão no nível mais baixo desde os anos 70.

Segundo os resultados oficiais do Censo Nacional (U.S. Census), 77% dos casais que se casaram desde 1990 comemoraram seu 10º aniversário de casamento.

O Censo mostrou também que quase 50% nessa geração provêem de famílias quebradas.

A maioria dos filhos de casais divorciados, segundo o livro Generations, de William Strauss e Neil Howe, se sente infeliz por causa do divórcio dos pais. Eles apanharam nos brutais processos e nas brigas judiciais dos progenitores.

Os próprios “divórcios amistosos” deixaram profundas feridas. E alguns deles apresentam uma ficha psiquiátrica semelhante à dos “órfãos de guerra”. Eles não têm um pai ou uma mãe a quem recorrer no resto de suas vidas.

Muitos “sobreviventes” do divórcio dos pais e das crises geradas pelo adultério hoje estão dispostos a poupar esse drama a seus filhos.

E a frase “retrógrada” voltou com força: “as crianças antes de tudo”, o que também quer dizer “não divorciaremos”.

“Ainda não achei a mãe ou o pai divorciado que se sente bom progenitor”, escreveu Susan Gregory Thomas, autora do livro In Spite of Everything: A Memoir.


Nem mesmo alguém que diga que se sente mais feliz vendo como seus filhos são educados após divorciarem. Muitos de nós acabamos infligindo a nossos filhos danos que deveríamos ter feito de tudo para evitar.

Agora, conclui Susan, só nos fica aguardar que as novas gerações ajam de modo diverso, pelo bom caminho.

Compartilhar

Etapas da Gravidez

| Imprimir | PDF 

Uma vez que ocorrida a fertilização, óvulo e o espermatozóide deixam de existir. Surge assim uma nova pessoa. Esta é uma verdade científica comprovada e indiscutível.

NO PRIMEIRO DIA o ser humano é um pequeníssimo organismo vivente que pesa tão somente 15 dez milionésimos de grama. Esta primeira célula é um ser humano com identidade própria e com uma composição genética diferente da de sua mãe. Nessa primeira célula encontram-se todas as qualidades genéticas do indivíduo, que vão se desenvolver progressivamente.

NO SÉTIMO DIA de concebido, o embrião mede um milímetro e meio e emite uma mensagem química que força a mãe a conservá-lo é o bebê que detém o ciclo menstrual de sua mãe. O coração ainda não pode ser escutado mas já palpita e tem o tamanho de um grão de trigo aproximadamente.

NA SEGUNDA SEMANA, o coração já bate e o bebê tem os membros muito pequenos mas esboçados.

EM OITO SEMANAS, o bebê já mede três centímetros da cabeça até o final da coluna, já possui forma completamente humana, tem cabeça, braços, dedos, etc. tem inclusive as linhas das mãos traçadas.

ENTRE OITO E DEZ SEMANAS, as impressões digitais já estão presentes, são muito pequenas. Se pudesse fotografar e ampliar, obteríamos perfeitamente suas digitais e já poderia ter seu documento de identidade. Estas impressões já não mudarão até o final de sua vida.

COM DOZE SEMANAS, o bebê já é muito maior. Se nesse momento fosse acariciado no lábio superior com um fio, faria uma careta. Já é capaz de fechar os olhos, de fechar os punhos e bebe grande quantidade do líquido amniótico porque os bebês gostam muito e bebem continuamente. Está demonstrado que muitos bebês têm hipo porque bebem muito depressa. É então quando a mãe sente seus movimentos.

COM 16 SEMANAS, com apenas 12 ou 12 ½ milímetros de tamanho, o bebê pode usar as mãos para agarrar, pode nadar e até dar piruetas.

O BEBÊ DE 18 SEMANAS, é ativo e energético, flexiona os músculos, dá socos e chuta, agora a mãe sente seus movimentos mais claramente. Antes do avanço da ciência se pensava que nesta etapa, a idade da "atividade", a vida iniciava. Entretanto, o desenvolvimento real do bebê começou na concepção, 18 semanas antes. A partir deste momento, tudo será simples crescimento e desenvolvimento, pois o bebê está perfeitamente formado.

ENQUANTO CRESCE DENTRO DA MÃE, o bebê se desenvolve separadamente dela, com sua provisão de sangue individual.

A lógica jurídica a partir destes fatos científicos nos levam a concluir que o assassinato do bebê não nascido, em qualquer de suas etapas, constitui um crime idêntico ao assassinato de qualquer ser humano que se encontra fora do ventre da mãe, com o agravante de que se trata do ser mais indefeso que existe.

Compartilhar

Você é casado? Leia isso.

| Imprimir | PDF 

Por María de la Torre

O casamento é um autêntico caminho de santidade, e é por isso que o Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família organizou uma série de palestras sobre “Perfis de santidade conjugal”.

Nesta série de palestras, tratarão de temas como a força que vem do amor, a fidelidade ao amor, testemunhos de amor entre outros, acompanhados de depoimentos de casais no caminho da santidade.

O ciclo de palestras foi inaugurado em 13 de janeiro, com o tema “Um caminho de amor e fé no casal”, tomando o exemplo de Raissa e Jacques Maritain, dois jovens intelectuais convertidos que se conheceram em 1900 e desde então começaram uma vida juntos, descobrindo o caminho da fé, com a única meta de santificar seu casamento.

A conversão do casal Maritain não foi fácil, como reconhece a coordenadora do 2º ciclo, Ludmila Grygiel. Raissa e Jacques procuraram o sentido da vida e a verdade na filosofia, e correram o risco de cair em desespero, inclusive pensaram no suicídio.

Toda vez que começavam a estudar o pensamento de um filósofo, crescia sua sabedoria cultural; às vezes até eram absorvidos pelo entusiasmo do discurso que, pouco depois, se tornaria uma espécie de ópio metafísico, como lembra Raissa. Mas, graças à leitura dos místicos, eles entenderam que o que se sabe de Deus não é nada comparado com aquilo que não se sabe sobre Ele.

A sede de verdade dos Maritain não foi saciada pelo estudo, mas pelo amor à verdade, que confere sabedoria, o amor perfeito que dá a liberdade perfeita.

Por sua parte, o cardeal Georges Cottier, OP, teólogo do Papa João Paulo II e do início do pontificado de Bento XVI, presidiu a conferência oferecendo toda a sua experiência sobre o assunto, ao ter conhecido pessoalmente Jacques Maritain, em Roma, em 1946.

Sua Eminência abordou a questão do casal na crise familiar que existe hoje: “Enfrentamos uma grande crise do casamento. É preciso ter em mente a concepção de casamento nas correntes da nossa cultura”.

“Vivemos no mundo do momento, do instante, do provisório e isso seria uma coisa boa para refletir junto ao sacramento como tal. Onde está a coluna que sustenta tudo, se não há Deus?”, perguntou o cardeal.

“Não podemos esquecer do tempo, que também passa pelo corpo que envelhece. Mudamos inclusive neste ponto de vista. A garota que conheci com 20 anos não é a mesma com 80. Existem também as doenças (…), mas o mundo atual não quer que vejamos isso. Todos são jovens, bonitos, sem doenças. Isso é contrário à experiência humana cotidiana. Na hora da verdade, basta atravessar a rua para ver que a realidade é outra. Isso acontece porque há um materialismo de fundo que destrói o tempo.”

“Se não há vida interior e relação com Deus, isso acontece. A juventude e a obsessão com o corpo querem estar ao mesmo nível que o espiritual. Se o corpo estabelece as regras de vida, tudo muda. A isso se acrescentam as enormes dificuldades econômicas que as famílias enfrentam, os problemas no trabalho, o desemprego e até mesmo o fato de que o casal chega em casa exausto do trabalho. No final do dia, cada um já viveu uma experiência diferente e não é possível compartilhá-la, porque a sociedade não permite. Tudo isso é pago pela família. É preciso refletir sobre os condicionamentos sociais da vida em família, porque as pessoas são vítimas desta situação”, concluiu o purpurado suíço.

Di Nicola e Danese acrescentaram que “o perdão é uma questão central no relacionamento e que amar dói. Se você ama, você é fecundo, porque o amor é fecundo. Duas pessoas que se amam transmitirão seu amor a todos aqueles que os rodeiam”.

A segunda conferência do ciclo será realizada no dia 3 de março, sobre “Gianna Beretta Molla e Pietro Molla: a força que vem do amor”.

Compartilhar
Back to top

Copyright © Comunidade Sião 2024

Template by Joomla Templates & Szablony Joomla.