Família

O Aborto como expressão da libertação da mulher não é apenas uma fraude moral, é também uma mentira histórica.O aborto sempre foi e é contra as mulheres.

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Uma aula de história e de sensatez nas palavras desse jornalista da Revista Veja. Imperdível e digno de ser replicado e reproduzido a exaustão por e-mails e nas redes sociais para iluminar os que jazem na mentira.

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Já escrevi dezenas de textos demonstrando por que o aborto é moralmente injustificável. Neste artigo, quero desmontar algumas falácias históricas. Os que, como este escriba, são contrários à legalização, ganham referências e argumentos novos. Os que não se convencerem, quando menos, podem tentar melhorar os próprios argumentos.

Em dezembro de 2006, escrevi para a VEJA uma longa resenha, que acabou sendo publicada como “matéria especial”, do livro “The Rise of Christianity: a Sociologist Reconsiders History”, do americano Rodney Stark, hoje já traduzido:“O Crescimento do Cristianismo: Um Sociólogo Reconsidera a História”, publicado pela Editora Paulinas. Leiam-no, cristãos e não-cristãos.

A íntegra do texto está aqui. Eu me lembrei de livro e resenha ao ler as declarações da nova ministra das Mulheres, Eleonora Menicucci, que considera o aborto uma espécie, assim, de libertação das mulheres, especialmente das mais pobres. Esse também foi o teor de muitos comentários que chegaram, alguns com impressionante violência. Houve até uma senhora que afirmou que eu deveria ser “executado”. Por quê? Bem, entendi que é porque não concordo com ela. Pelo visto, em nome de suas convicções, ela não se limitaria a eliminar os fetos. Nos dias de hoje, melhor ser tartaruga.

Boa parte dos que me atacaram de modo impublicável — sim, há comentários de leitores que discordam de mim — revela, na verdade, um preconceito anticristão, anticatólico em particular, que chega a assustar. Dá para ter uma idéia do que fariam se chegassem ao poder. Estão de tal sorte convictos de que a religião é um mal que chegam a revelar uma semente missionária. Se o estado pelo qual anseiam se concretizasse, aceitariam a tarefa de eliminar os “papa-hóstias” e os evangélicos em nome do progresso social. Constato, um tanto escandalizado, que a defesa incondicional do aborto, em muitos casos, é só uma das manifestações da militância anti-religiosa. Há nesses espíritos certa, como chamarei?, compulsão da desmistificação. Por que alguns fetos não poderiam pagar por isso, não é mesmo?

Mas volto àquela magnífica tese do “aborto como expressão a libertação das mulheres”. Retomo parte daquela resenha para que se desnude uma mentira. Vamos a um breve passeio pelos primeiros séculos do cristianismo para que possamos voltar aos dias de hoje.

Em seu magnífico livro, Stark, que é professor de sociologia e religião comparada da Universidade de Washington, lembra que, por volta do ano 200, havia em Roma 131 homens para cada 100 mulheres e 140 para cada 100 na Itália, Ásia Menor e África. O infanticídio de meninas — porque meninas — e de meninos com deficiências era “moralmente aceitável e praticado em todas as classes”.

Cristo e o cristianismo santificaram o corpo, fizeram-no bendito, porque morada da alma, cuja imortalidade já havia sido declarada pelos gregos. Cristo inventou o ser humano intransitivo, que não depende de nenhuma condição ou qualidade para integrar a irmandade universal. CRISTO INVENTOU A NOÇÃO QUE TEMOS DE HUMANIDADE! As mulheres, por razões até muito práticas, gostaram.

No casamento cristão, que é indissolúvel, as obrigações do marido, observa Stark, não são menores do que as das mulheres. A unidade da família era garantida com a proibição do divórcio, do incesto, da infidelidade conjugal, da poligamia e do aborto, a principal causa, então, da morte de mulheres em idade fértil. A pauta do feminismo radical se volta hoje contra as interdições cristãs que ajudaram a formar a família, a propagar a fé e a proteger as mulheres da morte e da sujeição. Quando Constantino assina o Édito de Milão, a religião dos doze apóstolos já somava 6 milhões de pessoas.

Se as mulheres, especialmente as mulheres pobres, foram o grande esteio do cristianismo primitivo, Stark demonstra ser equivocada a tese de que aquela era uma religião apenas dos humildes. O “cristianismo proletário” serve ao proselitismo, mas não à verdade. A nova doutrina logo ganhou adeptos entre as classes educadas também. Provam-no os primeiros textos escritos por cristãos, com claro domínio da especulação filosófica. Mas não só. Se o cristianismo era uma religião talhada para os escravos — “os pobres rezarão enquanto os ricos se divertem” (em inglês, dá um bom trocadilho: “the poor will pray while the rich play“) —, Stark demonstra que o novo credo trazia uma resposta à grande questão filosófica posta até então: a vitória sobre a morte.

Nos primeiros séculos do cristianismo, a fé se espalhou nas cidades — não foi uma “religião de pastores”. Um caso ilustra bem o motivo. Entre 165 e 180, a peste mata, no curso de quinze anos, praticamente um terço da população do Império Romano, incluindo o imperador Marco Aurélio — o filme Gladiador mente ao acusar seu filho e sucessor, Cômodo, de tê-lo assassinado. Outra epidemia, em 251, provavelmente de sarampo, também mata às pencas. Segundo Stark, amor ao próximo, misericórdia e compaixão fizeram com que a taxa de sobrevivência entre os cristãos fosse maior do que entre os pagãos. Mais: acreditavam no dogma da Cruz e, pois, na redenção que sucede ao sofrimento. O ambiente miserável das cidades, de fato, contribuía para a pregação da fraternidade universal: os cristãos são os inventores da rede de solidariedade social, especialmente quando começaram a contar com a ajuda de adeptos endinheirados e, nas palavras de Stark, “revitalizaram a vida nas cidades greco-romanas”. Os cristãos inventaram as ONGs – as sérias.

Falácias

Não, grandes bocós!!! O cristianismo, na origem, é a religião da inclusão, da solidariedade e da vida. E A INTERDIÇÃO AO ABORTO — VÁ ESTUDAR, DONA ELEONORA!!! — CONFERIU DIGNIDADE À MULHER E PROTEGEU-A DA HUMILHAÇÃO E DA MORTE, bem como todos os outros valores que constituem algumas das noções de família que vigoram ainda hoje. Isso a que os cretinos chamam “família burguesa” é, na verdade, na origem, a família cristã, muito antes do desenvolvimento do capitalismo. O cristianismo se expandiu, ora vejam, como uma das formas de proteção às mulheres e às crianças.

Qualquer estudioso sério e dedicado sabe que não é exatamente a pobreza que joga as crianças nas ruas — ou haveria um exercito delas perambulando por aí. Se considerarmos o número de pobres no Brasil, há poucas. O que lança as crianças às várias formas de abandono — inclusive o abandono dos ricos, que existe — é a família desestruturada, que perdeu a noção de valores. Não precisamos matar as nossas crianças. Precisamos, isto sim, é cultivar valores para fazer pais e mães responsáveis.

Morticínio de mulheres

Vi há coisa de dois dias uma reportagem na TV sobre a dificuldade dos chineses de arrumar uma mulher para casar. Alguns pagam até R$ 19 mil por uma noiva. É uma decorrência da rígida política chinesa de controle da natalidade, que impõe dificuldades aos casais que têm mais de um filho. Por razões culturais, que acabam sendo econômicas, os casais optam, então, por um menino e praticam o chamado aborto seletivo: “É menina? Então tira!” Nesse particular, a China é certamente o paraíso de algumas das nossas feministas e de muitos dos nossos engenheiros sociais, não é? A prática a que se chama “libertação” por aqui serve para… matar mulheres! Repete-se, assim, o padrão vigente no mundo helênico. Não dispondo da ultrassonografia, muitas meninas eram simplesmente eliminadas ao nascer. E se fazia o mesmo com os deficientes. A China moderna repete as mesmíssimas brutalidades combatidas pelo cristianismo primitivo — com a diferença de que tem como perscrutar o ventre.

Os abortistas fazem de tudo para ignorar o assunto. Mas é certo que, nos países que legalizaram o aborto, o expediente é empregado para eliminar os deficientes e, sim, para impedir o nascimento de meninas, ainda hoje consideradas economicamente menos viáveis do que os meninos. Ainda que isso fosse verdade apenas na China — não é —, já estaríamos falando de um quarto da humanidade.

Que zorra de humanismo vigarista é esse que estabelece as precondições para que uma vida humana possa ser considerada “intocável”? Se não querem ver no corpo humano a morada de Deus, a exemplo dos cristãos, que o considerem, ao menos, a morada do “Homem”.

Por Reinaldo Azevedo

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Nasce 1º bebê brasileiro “selecionado geneticamente” para curar a irmã. O que a Igreja pensa disso?

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Fernanda BassetteO Estado de S. Paulo.

Nasceu sábado passado o primeiro bebê brasileiro selecionado geneticamente em laboratório de modo a não carregar genes doentes e ser totalmente compatível com a irmã – que sofre de talassemia major, uma doença rara do sangue que, se não for tratada corretamente, pode levar à morte.

Maria Clara Reginato Cunha, de apenas 4 dias, nasceu no Hospital São Luiz para salvar a vida de Maria Vitória, que tem 5 anos e convive com transfusões sanguíneas a cada três semanas e toma uma medicação diária para reduzir o ferro no organismo desde os 5 meses.

Nos pacientes com talassemia major – a mais grave e a que realmente precisa de tratamento -, a medula óssea produz menos glóbulos vermelhos e, consequentemente, não consegue fabricar sangue na frequência necessária, podendo causar anemias graves. No Brasil, são pouco mais de 700 pessoas com a doença.

Técnica

Selecionar embriões saudáveis para tentar salvar a vida de outro filho doente não é novidade – esse procedimento é feito no mundo todo desde a década de 1990. A novidade, neste caso, é que além de não carregar genes da talassemia major, o embrião selecionado (Maria Clara) também é 100% compatível com Maria Vitória, o que vai facilitar a realização de um transplante de sangue de cordão umbilical.

Segundo o geneticista Ciro Dresh Martinhago, a técnica usada para identificar os genes doentes e também a possível compatibilidade é a mesma – de biologia molecular -, mas exige mais conhecimento específico no caso de analisar a compatibilidade.

“A gente coleta uma única célula do embrião para fazer a análise molecular. Ao todo, verificamos 11 regiões do DNA da célula, sendo 2 relacionadas ao gene alterado e 9 relacionadas à compatibilidade, que é mais complexa”, explica o médico, diretor da RDO Diagnósticos e responsável pela análise genética.

De acordo com ele, as chances de um casal gerar embriões que sejam compatíveis e não carreguem o gene doente são de apenas 18% – daí a importância da ciência nesses casos.

Além disso, a dificuldade de realizar a técnica e a falta de profissionais experientes nessa área são alguns dos motivos que fazem o método ser pouco usado. O primeiro caso de seleção de embrião 100% compatível no mundo aconteceu em 2004.

Decisão

Antes de decidir fazer a fertilização, o casal Jênyce Carla Reginato Cunha Eduardo Cunha entrou em contato com pelo menos 30 médicos do Brasil e do exterior. Na primeira tentativa, os seis embriões gerados no processo de fertilização foram descartados ou porque tinham a doença ou porque eram incompatíveis com Maria Vitória.

Na segunda tentativa, o casal conseguiu produzir dez embriões, dos quais apenas um não tinha a doença e era 100% compatível. Um segundo embrião compatível tinha apenas traços da doença (ela não se manifesta) e também foi implantado na mãe.

“Concluímos 90% do nosso objetivo. Os 10% que faltam são o transplante, que vamos deixar nas mãos de Deus. Se não tivéssemos persistência, fé e coragem, não estaríamos aqui”, diz a mãe.

A coleta das células do cordão foi feita pela equipe do Hospital Sírio-Libanês, onde será feito o transplante. “Há outros relatos na literatura e tem tudo para dar certo. Vamos esperar alguns meses porque, se não der certo com o cordão, nós podemos coletar a medula do bebê”, explicou o hematologista Vanderson Rocha.

Merula Anargyrou Steagall, presidente da Associação Brasileira de Talassemia (Abrasta), diz que a entidade está comemorando a conquista. “É uma porta que se abre e representa uma esperança para outras doenças genéticas e não apenas para a talassemia. Agora, vamos acompanhar os resultados.”

Artur Dzik, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, também considera o nascimento de Maria Clara uma conquista. “É mais um avanço da ciência na área da medicina reprodutiva que só veio para o bem. É uma forma de medicina preventiva.”

Na Espanha, nasce o 2º bebê gerado com a mesma técnica

Na Espanha, em um hospital de Sevilha, nasceu no sábado o segundo bebê do país selecionado geneticamente para salvar um irmão. A menina Estrella deverá doar medula óssea para seu irmão Antonio, que sofre de aplasia (problema na medula óssea). A cirurgia não tem data marcada.

A lei que permite a seleção de embriões compatíveis com filhos doentes foi aprovada na Espanha em 2006, atraindo críticas da Igreja Católica. O primeiro bebê geneticamente selecionado para esse fim no país nasceu no mesmo hospital, o Virgen del Rocío, em 2008.

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O nascimento  significou a “destruição de outras vidas, as dos seus próprios irmãos”,  a intervenção médica é moralmente suspeita. A Igreja, portanto não concorda.

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BEBÊS DESIGNER: SELEÇÃO GENÉTICA TAKES OFF

Com suporte nos dois lados do espectro político

Dificilmente passa uma semana sem algum anúncio de avanços da genética. No meio deste pressões de desenvolvimento científico estão a crescer a praticar eugenia, seja por eliminar nascituros vistos como inferiores ou procurando maneiras de melhorar a qualidade da próxima geração.

Um exemplo recente dessa mentalidade era um ensaio publicado em 05 de fevereiro o jornal The Guardian por Johnjoe McFadden, leitor em microbiologia molecular na Universidade de Surrey. Segundo McFadden, a menos que abraçar a engenharia genética, que se tornará uma espécie de doentes e debilitados.

Seu raciocínio baseia-se na teoria darwinista da seleção natural. Durante milhões de anos, explica ele, o forte ter sobrevivido enquanto o pereceram fraco, e isso “nos tornou os animais bem sucedidos que somos hoje.” O problema hoje é que a Medicina moderna permite que as falhas genéticas para sobreviver e reproduzir-se e, enquanto estamos agora mais saudável do que no passado, nosso estoque genético não está melhorando.

A resposta, de acordo com McFadden, é abraçar a nova tecnologia que permitirá que o código genético humano para ser modificado, e isto significa que podemos evitar a degeneração.

Lote 28
Outra forma de “melhorar” a raça humana é, por reprodução seletiva. O Telegraph  analisou a vida de Doron Blake, um dos primeiros bebês de designer da América.Doron, agora na universidade em Portland, Oregon, foi concebida usando esperma selecionados especialmente destinado a dar-lhe um QI Mensa-grade, e um gênio da música, ciência e arte visual.

Em parte, este projeto tem sido bem sucedida. Em seus exames escolares marcou o máximo possível em matemática, e ele toca piano, violão e sitar com facilidade. Ele sabe sobre suas origens desde que ele tinha 5 anos, a idade em que ele teve um último teste de QI. ”Foi cerca de 180, não tenho certeza”, disse Doron. No entanto, ele teve dificuldades emocionais e sofre um gaguejo. Ele também considera a ciência chato, seu tema é a religião.

Doron foi concebido como parte de um projeto no repositório para Escolha Germinal, uma instituição fundada no sul da Califórnia, em 1980, conhecido também como o banco de esperma Genius. Seu pai só foi conhecido como Lote 28. O fundador da clínica, Robert Graham, fundou o centro, a fim de ajudar a raça humana, melhorando a sua herança genética.

A idéia era reunir o esperma dos melhores intelectos do mundo – ganhadores do prêmio Nobel, professores, grandes artistas e músicos – e oferecê-lo às mulheres interessados ​​em dar à luz a bebês que pode crescer até ser gênios. Entre os primeiros doadores, eo único a anunciar suas intenções, foi o físico e prêmio Nobel William Shockley, que proclamou abertamente uma crença de que os negros são geneticamente inferiores aos brancos.

Doron mãe, Afton Blake, é um psicólogo de Nova Era e hippie unreconstructed que nunca se casou, e ela estava entre os primeiros clientes da clínica. Doron foi o segundo de 230 bebês a ser concebido.

 

 

 

Triagem de embriões

Outra forma de praticar a eugenia é, eliminando aqueles considerados inferiores. The New Zealand Herald em 22 de janeiro descreveu um projeto para fazer isso recebeu recentemente aprovação oficial. Dr. Bert Stewart de Auckland Fertilidade Associates diz que a autorização foi concedida pelo Ministério da Saúde do comitê de ética para um estudo de viabilidade de um programa que vai exibir os embriões defeituosos antes do nascimento.

Ele diz que o programa verifica os cromossomos em células embrionárias para filtrar defeituosos embriões que não são susceptíveis de desenvolver em bebês, ou tornar-se bebês com graves anomalias do desenvolvimento. Stewart diz que o programa vai fazer uma diferença enorme para os casais que tentam ter filhos através de fecundação in vitro.

Cientistas britânicos, por sua vez, desenvolveram um teste que permite aos médicos embriões tela para baixa inteligência. O Sunday Times informou 26 de novembro que o kit de teste pode identificar uma série de defeitos genéticos conhecidos para levar a dificuldades de aprendizagem. O kit foi adaptado para uso pelos médicos nos Estados Unidos e Espanha sobre as famílias que suspeitam ter um risco herdado de um defeito. Usando técnicas de proveta do bebê, os médicos, em seguida, selecione apenas os embriões perfeitos para ser devolvido para o útero.

Alguns especialistas rejeitar este método, temendo que ele cria uma mentalidade que rejeita os bebês com menor inteligência. ”Há uma necessidade urgente de regulamentação do que constitui um uso legítimo desse tipo de diagnóstico genético”, disse Richard Nicholson, editor do Bulletin of Medical Ethics. ”Baixo QI não é risco de vida. Este é um passo significativo no sentido de eugenia”.

Já existem indícios de que em alguns círculos com um baixo QI já é visto como alguém fora marcação como subumanas. O serviço de notícias conservador informou que 15 de janeiro, durante um episódio sobre a parentalidade, talk-show Bill Maher disse que os cães e as crianças deficientes mentais eram comparáveis.

O show, que foi ao ar 11 de janeiro, contou com um painel de quatro pessoas que discutiram as responsabilidades parentais. Em um ponto, Maher disse a um visitante que tinha dois cães, mas sem filhos, e acrescentou: “Eu sempre disse que se eu tivesse duas crianças retardadas, eu seria um herói, e ainda os cães, que são praticamente o mesma coisa – o que “? Maher continuou caracterizando crianças mentalmente retardadas como “doce”, “amar” e “tipo, mas não mentalmente avançar em tudo …. Os cães são como crianças retardadas.”

 

 

Eugenia defendida

Em um nível mais intelectual, a eugenia está desfrutando de popularidade renovada. Na edição de inverno da revista The Public Interest, editor-executivo Adam Wolfson disse que de acordo com o fundador da sociobiologia, professor de Harvard, Edward O. Wilson, dentro de algumas décadas, vamos entrar numa era de “evolução volitivo”, tendo ganho a capacidade para “alterar não só a anatomia e inteligência das espécies, mas também as emoções e impulso criativo que compõem a essência da natureza humana.”

Vozes influentes, observou Wolfson, têm apoiado a esta evolução de engenharia, entre eles o especialista em ética Ronald Dworkin. Em seu último livro, “virtude soberana”, Dworkin decorre um imperativo eugênica de princípios do liberalismo da igualdade e da autonomia. Quanto ao princípio da igualdade, Dworkin afirma que “é objectivamente importante que qualquer vida humana, uma vez iniciada, ter sucesso em vez de falhar – de que o potencial de que a vida ser realizado, em vez de desperdiçado – e que esta é igualmente objetivamente importante no caso de cada vida humana “. E que respeita ao princípio do liberalismo de autonomia, Dworkin sustenta que uma pessoa “tem o direito de tomar as decisões fundamentais que definem, para ele, que uma vida bem sucedida seria.” Tomados em conjunto, estes dois princípios mandato liberal, em vista de Dworkin, uma nova eugenia.

Não é apenas liberais que apóiam a eugenia, observado Wolfson. A Razão revista libertária ea revisão conservadora Nacional tem dois artigos prazo endossando a nova eugenia. Isto é devido à influência do individualismo dentro de alguns círculos conservadores, uma mentalidade que aprova o direito de todos a fazer suas próprias escolhas privadas.

 

 

Wolfson diz que a nossa visão do homem está saturado com as categorias tecnológicas de pensamento. É hora de uma visão mais arredondada da pessoa humana, baseada no humanismo cristão, que irá apresentar argumentos convincentes para rejeitar a nova onda de eugenia.

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Os Santos Inocentes. Os de ontem e os de Hoje!

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Nuno Serras Pereira

Ao longo da história não há memória de alguém se ter escandalizado com os qualificativos de tirano cruel e feroz sanguinário atribuídos ao rei Herodes por ele ter mandado passar a fio de espada as crianças de Belém e seus arredores.

Nem tão pouco se tem notícia de qualquer acusação de violência verbal a quem tenha recorrido a esses epítetos ou a outros ainda mais fortes. E a razão é simples: os termos usados são adequados à descrição do ato brutal que deu origem ao sucedido.

Nos dias de hoje, porém, relativamente a alguns assuntos, repito, exclusivamente em relação a algumas questões, tem-se por falta de elevação e por afronta descabelada o recurso aos termos mais precisos e rigorosos, de que a nossa língua dispõe, para representar o que se passa. Em vez de se chocar com o horror do que é relatado a maioria detém-se melindrada com as palavras que o transmitem. Não considera nem se ofende com o mal existente, mas toma-se de fúrias com quem o aponta ou mostra.

A violência bárbara de Herodes não consistiu somente na matança de inocentes inermes mas também na execração de os arrancar, ainda infantes, aos peitos amorosos de suas mães que, apavoradas, seguramente, se esforçaram com a intrepidez própria dos desesperados por os defender e salvar. Os melhores artistas, ao longo dos séculos, pintaram em telas eloquentíssimas esse terror.

O Evangelista São Mateus conclui concisamente: “Cumpriu-se, então o que foi dito pelo profeta Jeremias: Em Ramá ouviu-se uma voz, choro e grandes l

amentos: é Raquel a chorar os seus filhos; não quer consolação, porque já não existem!” (Mt 2, 17-18).

Muitos parecem pensar que nos dias de hoje não é possível que existam personagens sinistras como a de Herodes ou a de Hitler, pelo menos no que diz respeito a alguns âmbitos da realidade. Por outro lado, embora aceitem como uma evidência todo o progresso cultural, científico e tecnológico não admitem como possível uma intensificação ou um aprofundamento do maquiavelismo, nem que este se possa refinar nos seus métodos.

A vastidão imensa de documentação e de testemunhas que evidencia à saciedade uma “objectiva conjura contra a vida”[1], para usar a expressão do Papa João Paulo II, é descartada com um leviano encolher de ombros que sobranceiramente ignora a verdade. Atualmente a dificuldade não consiste em arranjar provas, mas sim em torná-las do conhecimento geral através dos grandes meios de difusão, habitualmente acumpliciados na conjura. Quem queira dedicar-se a essa investigação, a cada passo tropeçará em evidências tão grandes, tão variadas, tão constantes, tão esmagadoras, tão confirmadas que a única dificuldade da indagação consistirá na capacidade de abarcar a multiplicidade infindável de dados.

Mais implacável e impiedoso que a matança de Herodes é lograr seduzir pela propaganda que sejam as mães as decisoras da execução à morte de seus próprios filhos; é alcançar que o lugar mais seguro contra agressões à vida do ser humano, o seio materno, se torne, como está estatisticamente comprovado[2], no mais perigoso de todos.

Qualquer mulher que sabe que está grávida não pode deixar de conhecer que traz um filho no seu seio. Para o abortar, normalmente, inicia um processo mental de desumanização do filho de modo a poder dar o passo. Por isso aconselha-se com os trabalhadores dos abortadouros esperando a resposta que quer ouvir: isso não é bebé nenhum, não passa de um amontoado de células. Mas a verdade é que segundo o testemunho de gente agora convertida que antes trabalhou durante anos nesses centros de morte, quase sempre as primeiras palavras que a mãe que abortou diz, quando na sala de recobro, são: “Ah meu Deus, acabei de matar o meu filho!” e apressam-se em arranjar uma desculpa para desaparecerem dali o mais depressa possível.

Num escasso número, que entra em estado de negação, só alguns anos depois é que rebenta o abcesso do sindroma pós aborto; de qualquer modo as repercussões quer numas quer noutras são de tal teor, que há especialistas no tratamento dessas mulheres que a elas se referem como “mulheres abortadas”.[3] De fato, no seguimento do que a tradição judaico cristã sempre ensinou, quem mata (mais precisamente, assassina) mata-se a si, isto é, mata o outro fisicamente e a si espiritualmente, também podemos dizer que quem aborta é abortado. Não só as mães como têm insistido os movimentos pró vida, mas também os pais, os médicos e demais envolvidos.

O famoso psicólogo Norte-americano John Powell narra no seu livro sobre o aborto alguns episódios que revelam a consciência que a mulher grávida tem de trazer em si um filho. De uma das vezes uma conta-lhe do desejo que tinha de baptizar o filho que ia abortar, antes deste dar o último suspiro; chegou a perguntar à enfermeira do abortadouro se tal seria possível, mas esta mandou-a rispidamente calar não fosse perturbar as grávidas circunstantes. Uma outra, desde que fora confirmada a gravidez deixou de fumar e de beber vinho, até abortar, porque a nicotina e o álcool podiam prejudicar o bebé…[4]

Os Herodes de hoje são mais refinados e não mostram o rosto, atuando por interpostos agentes, dotando-se assim de uma “autoridade” inacessível, de um anonimato que não permite o confronto, nem a acusação, nem a desafronta. Não é possível atirar-lhes à cara o desengano, nem gritar-lhes a indignação ou o puro desespero. A mulher abortada não vozea somente grandes lástimas pelos seus filhos ou filhas decepados, desmembrados, decapitados, queimados, envenenados ou estrangulados; ela terá também que encarar o horror de ter sido a mandante ou a cúmplice dessa injustiça pérfida e sanguinária, de ter sido Herodes de si e de seu filho.

A negrura da culpa que carrega é um vácuo de si, uma consciência de ter sido vampirizada. Como contou uma das americanas que a Justice Foundation recentemente trouxe a Portugal, quando, no abortadouro, o filho foi arrebatado de suas entranhas por aspiração, sentiu que com ele tinha sido sugada a sua alma. E uma vez que o clamor interior de lamentações e de dor é largamente superior ao das mães do evangelho os pró vida, e unicamente estes, têm, em regime de voluntariado, dedicado uma enorme parte do seu tempo a acolher, cuidar e tratar destas mães destroçadas pelos seus crimes, para que no Amor Misericordioso recomponham as suas vidas e possam reencontrar a paz.

Nos Estados Unidos da América, rompendo a conspiração do silêncio, são estas mães, agora redimidas, que denunciam o engodo da liberalização do aborto e lhe querem pôr termo. Não se deixam impressionar com os bordões ilusionistas dos julgamentos das mulheres ou mesmo da prisão. Elas entendem muito bem o que M. Schooyans escreveu há anos: não se pode dar ao agressor uma garantia de que a sua vítima não será protegida; sabem, outrossim, que o número de mulheres presas no seu país aumentou exponencialmente desde que o aborto foi liberalizado e asseveram que 60% dos crimes cometidos por essas prisioneiras têm origem no desequilíbrio provocado nas suas vidas pelo aborto provocado.

Também nós sabemos que quando se dá uma grande queda na consciência social da gravidade de um crime não se procura legalizá-lo ou liberalizá-lo mas sim agravar as penas, como aconteceu recentemente com o código da estrada, para que a consciência adormecida desperte do seu torpor irresponsável. Foi, aliás, assim também que se baniu a escravatura quando grande parte ou mesmo a maioria das pessoas não percebia porque é que ela estava errada.

A Igreja celebrou a pouco em todo o mundo a liturgia dos Santos Inocentes fazendo assim memória das vítimas do rei Herodes, que pretendia matar Jesus Cristo.

Já em muitos países, por esse mundo fora, a Igreja reza, nesse dia, em comunhão com todas as crianças vítimas de abortamentos, sabendo-as entregues à Misericórdia divina, por todos os concebidos ainda não nascidos, para que seja reconhecido e respeitado o carácter sagrado e inviolável das suas vidas, para que sejam acolhidos e amados. Também eles, tais como as crianças que foram martirizadas há dois mil anos, são objecto daquele ódio programado que pretende erradicar a presença de Deus no mundo.

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O Aborto NUNCA foi e NUNCA será solução de nada.

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A compaixão de Abby Johnson pelas mulheres em crise, devido a uma gravidez não desejada, levou-a a trabalhar em Planned Parenthood, mas sua promoção do aborto e da contracepção logo a deixou em dúvida sobre as necessidades reais de tais mulheres.

A ex-diretora da clínica de Planned Parenthood, que deixou o emprego depois de ter assistido a um aborto, falou sobre as necessidades reais das mulheres em situação de crise e sobre como ser pró-vida significa verdadeiramente educar as pessoas na liberdade que determinará suas vidas.

Johnson publicou o livro “Unplanned” no mês passado, no qual explica o programa de Planned Parenthood: ganhar dinheiro incentivando as mulheres a abortar.

 

 

Ela está trabalhando atualmente com a organização pró-vida 40 Days For Life.

Nesta entrevista, Johnson conta por que sua aproximação de 40 Days For Life foi um sucesso sem precedentes, tanto em sua própria conversão como na da vida de outros.

Como aconteceu essa mudança na sua compreensão sobre o que as mulheres em crise realmente precisam?

Abby Johnson: As mulheres em crise não precisam de uma “solução rápida”. Esta solução rápida normalmente vem acompanhada de uma dor emocional que dura a vida inteira; entrar em uma clínica sendo mãe e sair dela sem sê-lo mais causa nas mulheres e em suas famílias uma dor que nunca sequer imaginaram.

Eu não estava ciente desta realidade até que eu mesma fui testemunha de um aborto guiado por ecografia. Ver um corpo perfeitamente formado que foge dos instrumentos do aborto e ver como é cortado em pedacinhos me “despertou”, em todos os sentidos. Percebi que eu não estava ajudando as mulheres com problemas: estava adicionando um novo problema a todos os que elas já enfrentavam!

Estas mulheres precisam ser respeitadas e ter tempo para ponderar todas as “escolhas” disponíveis, com seus prós e contras.

Elas precisam de compaixão, de um ombro amigo para chorar, de uma pessoa que as escute e, sobretudo, de alguém que as anime, porque elas merecem algo melhor que o aborto.

As clínicas de aborto continuarão acumulando nelas crise atrás de crise; nós, como pró-vida, continuaremos oferecendo-lhes esperança e um futuro melhor, apesar de seus problemas.

Você já fez muita coisa para explicar como o objetivo de Planned Parenthood é incentivar a abortar por razões econômicas. O que você pensa sobre a difusão de métodos anticoncepcionais? Você mudou sua opinião sobre a eficácia desses meios para “evitar uma gravidez indesejada”?

Abby Johnson: Enquanto eu trabalhava na Planned Parenthood, descobriu que 60% das gravidezes não desejadas eram de mulheres que haviam usado algum método anticoncepcional; uma das razões é que a Planned Parenthood não deseja ter o trabalho e dedicar tempo a educar as mulheres em suas escolhas sobre o método anticoncepcional, mas, ao contrário, sai por aí distribuindo métodos contraceptivos como se fossem balas.

O fato de não dedicarem tempo para explicar os riscos, complicações e componentes necessários para o controle da natalidade faz com que muitas mulheres abusem do método que estão usando, o que as leva a uma gravidez não planejada.

Planned Parenthood, então, usa o aborto como sistema de segurança no controle da natalidade.

Sempre defendi o controle da natalidade, porque, mesmo quando trabalhava na Planned Parenthood, meu objetivo era reduzir os abortos através de meios gratuitos ou a preços acessíveis de controle de natalidade para os casais sexualmente ativos que não estavam dispostos a formar uma família.

Embora eu, pessoalmente, prefira não utilizar métodos contraceptivos hormonais, devido aos riscos médicos envolvidos e às minhas crenças espirituais, compreendo aqueles que o fazem, e nós sabemos que, como associação, precisamos informar as mulheres que há opções melhores do que os contraceptivos hormonais. Minha recomendação para aqueles que tentam usar um método contraceptivo é o planejamento familiar natural, que é um caminho natural para evitar uma gravidez indesejada ou inesperada, sem o uso de medicamentos ou procedimentos médicos. É também uma maneira de se conectar com o próprio parceiro em um nível muito pessoal, no qual ambos têm o mesmo grau de responsabilidade no processo de fertilidade.

De acordo com a sua história, foi o foco único da campanha 40 Days for Life que tocou seu coração e provocou sua conversão. Em que consiste esta campanha e por que é tão eficaz na promoção da causa pró-vida?

Abby Johnson: A 40 Days For Life é uma campanha que consiste em 40 dias de vigílias de oração pacíficas no exterior das clínicas de aborto. Sua finalidade é diferente dos “pelotões” que havia fora das clínicas de aborto há alguns anos. Seu objetivo não é condenar ou odiar, mas chegar a uma aproximação amorosa, de paz e de oração.

Os 40 dias de vigilância constante não são só pela dedicação, mas por uma causa que vai além dos esforços da indústria do aborto para ajudar essas mulheres. Não se preocupam somente com a saúde ou com o bem-estar físico das mulheres que podem ou não estar grávidas, mas também pelo seu bem-estar espiritual.

O que você gostaria que as pessoas pró-vida aprendessem com a sua história, sobre como falar com amigos, familiares ou colegas que são pró-aborto?

Abby Johnson: A única maneira de conversar com amigos, familiares ou colegas pró-aborto é a partir da serenidade, da oração e do amor. No meu livro, relato como as pessoas se reuniam na frente da Planned Parenthood para condenar; isso nos fazia – a mim e aos meus colegas de trabalho – querer “proteger” mais ainda essas mulheres.

Sempre foram a presença e as palavras de pessoas de paz, de oração e de amor que me fizeram pensar mais e até mesmo refletir realmente com elas.

Eu sabia que queriam o mesmo que eu; queriam desesperadamente ajudar essas mulheres (embora eu pensasse que queriam ajudar de forma errada). Apesar da minha mentalidade pró-aborto, essas pessoas me impressionaram, e acabei absorvendo suas palavras e ações, até o dia em que deixei Planned Parenthood.

Minhas palavras a todos os pró-vida são: “Não desistam! Mas vocês devem se apresentar de uma forma que os trabalhadores ou advogados da causa abortista se sintam atraídos por vocês e que não se esqueçam de vocês, porque isso é o que transforma os corações”.

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Na internet:

Livro de Abby Johnson, Unplanned: www.AbbyBook.com

40 Days For Life: www.40daysforlife.com

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Lembra da “pedofilia”? redefine-se o termo para “intimidade intergeracional” para ser aceita pela sociedade.

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Agora disponível em brochura, livro controverso Judith Levine desafios atitudes americanas em relação a sexualidade da criança e do adolescente, especialmente atitudes promulgada por uma direita cristã que tem efetivamente tomado o controle de como o sexo é ensinado nas escolas públicas. O autor, um jornalista pensativo e persuasiva e ensaísta, examina as conseqüências da abstinência apenas a educação ea sua associação concomitante de sexo com a doença, ea persistente negação do prazer. Ela observa a tendência de patologização jogar crianças pequenas erotizada e argumenta que os americanos devem repensar os limites que traçamos para proteger nossas crianças do sexo.

Agora disponível em brochura, livro controverso Judith Levine desafia atitudes americanas em relação a sexualidade da criança e do adolescente, especialmente atitudes promulgada por uma direita cristã que tem efetivamente tomado o controle de como o sexo é ensinado nas escolas públicas. O autor, um jornalista persuasivo e ensaísta, examina as conseqüências da "abstinência" a educação e a sua associação concomitante de sexo com a doença, e a persistente negação do prazer. Argumenta que os americanos devem repensar os limites que traçamos para proteger nossas crianças do sexo.

Notícias Pró Família

A indignação e nojo que a maioria de nós sentiu quando ficamos sabendo das alegações de abuso sexual de meninos nas escolas de esporte da Universidade Estadual Penn e da Universidade de Syracuse indicam que nossas normas culturais sobre o abuso sexual de menores estão intactas.

Contudo, apenas uma década atrás um movimento paralelo começou em algumas universidades a redefinir a pedofilia como a mais inócua “intimidade sexual intergeracional”. (Foto e resumo do site de vendas acima) A publicação do livro “Harmful to Minors: The Perils of Protecting Children from Sex” (Prejudicial para Menores: Os Perigos de se Proteger Crianças do Sexo) prometeu aos leitores uma “reavaliação radical, atual e há muito esperada de como pensamos e agimos com relação à sexualidade de crianças e adolescentes”. O livro foi publicado pela editora da Universidade de Minnesota em 2003 (com prefácio de Joycelyn Elders, que havia sido ministra da Saúde do governo de Bill Clinton).

Depois da publicação, a autora Judith Levine postou uma entrevista no site da universidade condenando abertamente o fato de que “há pessoas que estão promovendo uma agenda cristã conservadora que impedirá crianças menores de idade de terem acesso à expressão sexual”, e acrescentando que “realmente temos de proteger as crianças de perigos reais… mas isso não significa protegê-las de algumas fantasias de sua inocência sexual”.

Essa redefinição da inocência da infância como “fantasia” é a chave para enfraquecer a definição da perversão da pedofilia, que satura as universidades e outros lugares. Valendo-se da linguagem da teoria pós-moderna, aqueles que estão trabalhando para redefinir a pedofilia estão primeiramente redefinindo a infância, afirmando que a “infância” não é uma certeza biológica. Em vez disso, a infância é uma invenção que a sociedade construiu — um objeto produzido pela sociedade durante a história. Tal desconstrução da infância é produto dos esforços de um movimento de poderosos defensores da pedofilia apoiados por especialistas das universidades e por um grande número de escritores, pesquisadores e editores que estavam dispostos a questionar o que a maioria de nós vê como conduta tabu.

Os teóricos pós-modernos estão interessados principalmente em trabalhos escritos que evocam a natureza fragmentária da experiência e a complexidade da linguagem. Uma das fontes mais citadas para isso é o livro “Male Intergenerational Intimacy: Historical, Socio-Psychological and Legal Perspectives” (Intimidade Intergeracional Masculina: Perspectivas Históricas, Socio-Psicológicas e Legais). Essa coleção de artigos de especialistas acadêmicos — na maior parte europeus, mas alguns ligados a universidades dos EUA — fornece um argumento muito forte a favor do que eles chamam de “intimidade intergeracional”.

Ken Plummer, um dos que contribuíram, escreve que “não mais podemos presumir que a infância é uma época de inocência simplesmente por causa da idade cronológica da criança”. Aliás, “uma criança de sete anos pode ter construído uma conjunto elaborado de compreensões e códigos sexuais que deixaria muitos adultos de boca aberta”.

Afirmando se apoiar no trabalho teórico dos historiadores sociais, das feministas socialistas, dos Foucauldianos e dos sociólogos construcionistas, Plummer prometeu construir uma “nova e fecunda maneira de ver a sexualidade e as crianças”. Dentro dessa perspectiva, há a suposição do desenvolvimento sexual linear e nenhuma infância real, apenas uma definição imposta a partir de forças externas.

Condenando abertamente as “perspectivas essencialistas da sexualidade”, esses escritores tentam remover as barreiras essencialistas da infância, abrindo a porta para os pedófilos pós-modernos verem tal conduta como parte da política da transgressão. Eles não mais são pervertidos; eles são simplesmente “cruzadores de barreiras” pós-modernos.

Em 1990, a Revista de Homossexualidade publicou uma edição dupla dedicada ao sexo entre adultos e crianças intitulada “Intimidade Intergeracional”. David Thorstad, ex-presidente da Aliança de Ativistas Gays de Nova Iorque e membro fundador da Associação Norte Americana de Amor entre Homens e Meninos (conhecida pela sigla em inglês NAMBLA: North American Man/Boy Love Association), escreve que “o amor por meninos ocorre em todas as vizinhanças hoje”.(foto)


O movimento [de amor entre homens e meninos] continua, mas tornou-se clandestino desde que a NAMBLA se achou envolvida numa encrenca de 200 milhões de dólares devido a uma ação legal de direitos civis por causa de uma morte por negligência. A ação foi iniciada no Tribunal Regional Federal de Boston e afirma que os artigos no site da NAMBLA fizeram com que Charles Jaynes, membro da NAMBLA, torturasse, estuprasse e matasse um menino de 10 anos da cidade de Boston.

Não muito tempo atrás, os pedófilos pós-modernos receberam ajuda, para enfraquecer a definição de suas perversões, do Conselho Federal de Psicologia dos Estados Unidos (American Psychological Association). Em 1998, o CFP publicou um artigo em seu Boletim Psicológico que concluía que o abuso sexual contra crianças não provoca danos. Os autores recomendaram que a pedofilia deveria em vez disso ser tratada com um termo neutro como “sexo entre adultos e crianças”. A NAMBLA rapidamente postou a “boa notícia” em seu site, declarando que “a atual guerra contra os amantes de meninos não tem base na ciência”.

Parece que muitos pedófilos pós-modernos aceitaram a recomendação com muita seriedade. Por algum tempo, vivemos numa cultura em que o sexo entre homens e meninos era não só tolerado, mas também celebrado. E embora a revolta pública contra as alegações de estupros de meninos da Universidade Estadual Penn e da Universidade de Syracuse revele que a pedofilia masculina permanece um terreno questionado para a maioria, o sexo entre mulheres e meninas mal é registrado na tela do radar cultural, por causa do poder do movimento feminista.

O espetáculo teatral “Os Monólogos da Vagina”, por exemplo, é ainda um repertório dramático padrão nas produções estudantis nas universidades — inclusive na Universidade Estadual Penn e na Universidade de Syracuse. A peça original explora a história de uma menina alcançando sua “maturidade”, começando com uma menina de 13 anos vivendo um caso sexual com uma mulher de 24 anos. Versões da peça publicadas posteriormente mudaram a idade da menina de 13 para 16 anos, e a peça continua a ser encenada.

A produção de fevereiro do ano passado na Universidade de Syracuse foi inovada quando convidaram um elenco composto por membros da universidade para encenar a peça na universidade.Embora a indignação com as recentes alegações de abuso sexual indicasse que o rótulo de pervertido permanecerá para a prática da pedofilia, a realidade está aí de que poderosos defensores da pedofilia, com acesso às editoras universitárias, continuarão sua campanha semântica e ideológica para enfraquecer a definição dessa forma de perversão.

Anne Hendershott é célebre professora da Universidade do Rei em Nova Iorque, EUA. Ela é autora de “The Politics of Deviance” (As Políticas da Perversão). Este artigo apareceu originalmente no Public Discourse

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