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Possíveis milagres para a canonização de João Paulo II já estão sendo estudados, afirma postulador

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Vaticano, 07 de Maio de 2012 (ACIDIGITAL) - O Postulador da causa de Canonização do Beato João Paulo II, Mons. Slawomir Oder, assegurou que existem três ou quatro casos muito interessantes que poderiam permitir a canonização do Beato João Paulo II.

No dia 1 de maio a Igreja recordou o primeiro aniversário da beatificação de João Paulo II presidida por Bento XVI diante de mais de dois milhões de pessoas reunidas na praça de São Pedro para presenciar a beatificação mais multitudinária da história.

Em uma entrevista concedida ao jornal italiano Avvenire, Mons. Oder explicou que as graças que poderiam ser atribuídas à intercessão do Beato Wojtyla poderiam ser contadas por dezenas, mas "aqueles que atualmente parecem mais interessantes são três ou quatro".

Conforme informou, os casos que poderiam considerar-se milagrosos provêm de diversos países do mundo, "sobre tudo europeus, como a Polônia, Itália e Espanha, mas também das Américas, como Estados Unidos, México, Colômbia e Brasil".

O postulador afirmou que continuam chegando ao seu escritório numerosas notícias de graças recebidas pela intercessão do Beato, e informou que "o fluxo de fiéis que vão rezar diante da tumba de João Paulo II a invocar sua intercessão é ininterrupto".

Para que o beato possa ser venerado como santo é necessária a intercessão ante Deus de um segundo milagre. O primeiro que o elevou aos altares foi a cura da religiosa francesa Marie Simon Pierre, quem sofria Parkinson, uma enfermidade incurável que afetou também ao Beato João Paulo II.

Mons. Oder assinalou que nestes momentos está à espera da documentação relacionada com algumas graças, "em alguns casos foram iniciadas as investigações médicas. Mas se trata de investigações prévias e portanto não se pode absolutamente falar da eleição de um caso específico".
Mas, "os casos interessantes que merecem um aprofundamento já foram assinalados", concluiu o postulador.
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Famílias reunidas em congresso da RCC na Diocese de Petrópolis

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O Ministério para as Famílias da Renovação Carismática Católica (RCC) da Diocese de Petrópolis promoveu domingo, dia 6 de maio, o Congresso para as Famílias, com o tema “Nasce uma nova geração de famílias vivendo sob o senhorio de Jesus”. A comissão diocesana da RCC esteve presente no evento, que reuniu cerca de 100 famílias que tiveram a oportunidade de restaurar os laços familiares.

Enquanto os pais participaram das palestras e orações, os filhos ficaram aos cuidados do grupo de adolescentes (Ejac), da Comunidade Nossa Senhora da Glória, no Morim. Palestras, brincadeiras e muita música alegrou o ambiente para as crianças, promovendo o encontro delas com a palavra de Deus.
O encontro aconteceu na Paróquia Santo Antônio do Alto da Serra, Petrópolis, e contou com palestrantes do Rio de Janeiro.

O pároco do Alto da Serra, Padre Francisco esteve presente ao encontro, animando as famílias e falando da importância da santidade na família. A missa foi celebrada pelo Frei Luiz, que falou sobre o evangelho de domingo, chamando atenção das famílias para importância do encontro com Jesus.
Mais detalhes sobre o trabalho da RCC na Diocese de Petrópolis, no sitehttp://www.rccpetropolis.com.br

Fonte: Diocese de Petrópolis

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Monsenhor Roque Costa Souza: novo bispo auxiliar do Rio de Janeiro

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Monsenhor Roque, novo bispo auxiliar do Rio

 

Nesta quarta-feira, 9 de maio, o Papa Bento XVI nomeou o cônego Roque Costa Souza, 45 anos, bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro. O Santo Padre acolheu a solicitação do arcebispo Dom Orani JoãoTempesta de poder contar com a colaboração de mais um bispo auxiliar. A partir da nomeação cônego Roque recebe o título de monsenhor, até o dia de sua ordenação episcopal, que já está marcada: será no dia 23 de junho de 2012, sábado, às 8h30, na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no Rio de Janeiro.

— A data escolhida, às vésperas da festa deSão JoãoBatista, é uma homenagem, ‘um presente’, ao nosso arcebispoDom Orani, que aniversaria nesse dia e será o principal consagrante, declarou cônego Roque.

Até a nomeação, cônego Roque exercia na Arquidiocese do Rio, onde é incardinado, os ofícios de reitor do Seminário São José, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé e capelão da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

— Eu quero viver o ministério apostólico no serviço e dedicação aos irmãos. O lema escolhido em oração: “Habitare fratres in unum” (Sl 133,1) quer ser a expressão da minha missão. Quero estar em união comDom Orani, os bispos auxiliares e meus irmãos sacerdotes com amizade fraterna. Continuarei a servir o Povo de Deus com muita alegria, afirmou cônego Roque.

Filho de Nelson Pinto de Souza, já falecido, e de Maria José Costa Souza, cônego Roque nasceu no Rio de Janeiro aos 19 dias do mês de agosto de 1966. Seus estudos superiores foram realizados no Rio de Janeiro,com bacharelado emTeologia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio). Foi ordenado pelo Cardeal Dom Eugenio de Araújo Sales em 18 de junho de 1994.

Com a nova nomeação, a Arquidiocese do Rio passa a ter sete bispos auxiliares ativos, o mesmo número dos vicariatos episcopais. É o quinto bispo auxiliar nomeado no governo episcopal deDom Orani, iniciado em 19 de abril de 2009.

A nomeação do cônego Roque é a primeira a ser publicada no governo do novo núncio apostólico no Brasil, Dom Giovanni D´Aniello. Nomeado no dia 10 de fevereiro de 2012, ele foi apresentado à Igreja no Brasil no dia 26 de abril, na celebração de encerramento da 50º Assembléia Geral dos Bispos do Brasil, realizada no Santuário Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP).

— Escrevi ao Santo Padre agradecendo a nomeação e dizendo sim, “eu aceito a nomeação com muita alegria e disponibilidade para o serviço apostólico em união com meu arcebispo”. Recolhi-me na oração silenciosa da Virgem Maria e, junta à Ela permaneço para renovar o meu sim à vontade de Deus e viver segundo o Coração de Jesus, o Bom Pastor, finalizou cônego Roque.

 

Currículo

Cônego Roque Costa Souz

Nascimento: Rio de Janeiro – 19/08/1966

Filiação: Nelson Pinto de Souza e Maria José Costa Souza

Ordenação Sacerdotal: 18/06/1994, na CatedralSão Sebastiãodo Rio de Janeiro, por Dom Eugênio de Araújo Sales

 

Formação

1981: Conclusão do Ensino Fundamental pela Escola Municipal Orsina da Fonseca

1984: Conclusão do Ensino Médio pelo Colégio Estadual Paulo de Frontin

1989: Conclusão do Curso de Filosofia pela Faculdade EclesiásticaJoão PauloII da Arquidiocese deSão Sebastiãodo Rio de Janeiro

1993: Conclusão do Curso de Teologia pelo Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese deSão Sebastiãodo Rio de Janeiro

1993: Bacharelado em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

 

Experiência Pastoral

1992: Diácono Prefeito do Seminário Menor São José

1994: Vigário Paroquial da Paróquia Jesus Bom Pastor, em Anchieta

1994: Vigário Paroquial da Paróquia São Francisco de Assis, em Anchieta
1994: Reitor do Seminário Menor São José (4 anos)
1997: Capelão da Irmandade de São Pedro (2 anos)
1998: Pároco da Paróquia São João Batista e Nossa Senhora das Graças, em Realengo (6 anos)
1999: Diretor Tesoureiro da Casa do Padre do Rio de Janeiro
1999: Conselheiro Espiritual das Equipes de Nossa Senhora
2001: Vigário Forâneo da Forania 2 do Vicariato Episcopal Oeste
2002: Capelão da Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro (9 anos)
2002: Provedor da Irmandade de São Pedro
2005: Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no Centro (7 anos, desde 13 de março de 2005)
2006: Vigário Forâneo da Forania 1 do Vicariato Episcopal Urbano
2006: Conselheiro Espiritual das Equipes de Nossa Senhora Região Rio III
2006: Procurador da Irmandade de São Pedro
2006: Assistente Eclesiástico da Federação da Congregação Mariana
2009: Capelão da Irmandade Nossa Senhora das Dores (PMERJ)
2010: Membro Eleito do Conselho Presbiteral do Ordinariado Militar do Brasil
2010: Membro Nomeado do Conselho Presbiteral da Arquidiocese do Rio de Janeiro
2010: Vice-Reitor do Seminário Maior São José
2010: Reitor do Seminário Maior São José (desde 7/12/2010)
2011: Recebe o título de cônego (24 de maio)
2012: Nomeado bispo titular de Castel Mediano e auxiliar do Rio de Janeiro

 

Carlos Moioli

Fotos: Gustavo de Oliveira e Carlos Moioli

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Viúva e avó de 70 anos torna-se religiosa na Espanha.

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Mostrando que nunca é tarde para se iniciar uma empreitada, uma viúva de Canals, cidade próxima a Valência, na Espanha, ingressou aos 70 anos de idade como religiosa contemplativa de clausura na ordem das Fransciscanas Clarissas.

Irmã Célia de Jesus – nome religioso escolhido por ela – fez seus votos perpétuos em um cerimônia presidida pelo sacerdote valenciano, Miguel Abinãna, e concelebrada por uma dezena de presbíteros ligados à região do mosteiro. Seus três filhos e cinco netos compareceram à cerimônia de emissão de votos.

A religiosa resolveu professar seus votos perpétuos no mosteiro de Santa Clara porque era lá que colaborava com a Ação Católica Geral de Valência, junto com o marido. Logo após tornar-se viúva, no ano de 2004, a religiosa começou a receber formação para se tornar uma freira clarissa.

A ordem das Clarissas foi fundada em 1212 por Santa Clara de Assis, a primeira mulher a receber a aprovação da Igreja para o estabelecimento de uma regra religiosa. O Ordem estabeleceu-se na Espanha ao ser fundado seu primeiro mosteiro em Pamploma. Ela fjoi canonizada pelo Papa Alexandre IV, no ano de 1255. (BD)

Com informações Radio Vaticana e do ABC.es

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Sede Fecundos: retiro vocacional para jovens

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Victor Fortuna, jovem universitário da Paróquia Nossa Senhora da Piedade de Magé, falou da experiência de participar do retiro. “Uma experiência gratificante, pois vivemos num mundo corrido e é bom fazer silêncio para ouvir a voz de Deus”. A jovem Jéssica Almeida, também de Magé, disse que para compreender o que Deus quer é preciso silenciar, “principalmente seguindo o exemplo de Maria”.
O encontro aconteceu no Sítio do Seminário Diocesano em Secretario e contou com a participação e jovens de várias idades. Apesar da diferença de idade, todos tiveram o mesmo objetivo, ouvir a voz de Deus através do silêncio, seguindo os passos de Maria, que soube acolher aquilo que Deus lhe pedia com seu Sim.

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Dom Odilo Scherer entrevistado pelo Jornal “Estado de São Paulo”.

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Paula Bonelli – O Estado de S.Paulo

 

O arcebispo de São Paulo d. Odilo Scherer - Denise Andrade/AE
Denise Andrade/AE
O arcebispo de São Paulo d. Odilo Scherer

À frente da arquidiocese de São Paulo, d. Odilo Pedro Scherer cuida de cerca de 4,5 milhões de almas católicas e cumpre, com afinco, determinação do papa Bento 16: levar o rebanho a confirmar e redescobrir sua fé. O trabalho envolve liderar as fileiras de bispos e outros sacerdotes, mas também garantir a presença da Igreja na mídia e ocupar espaços públicos – em um campo religioso cada vez mais competitivo. O cardeal, que participa, no fim de maio, do Encontro Mundial das Famílias com o papa, em Milão, acaba de passar 10 dias com 300 bispos na Assembleia-Geral da CNBB. Em conversa com a coluna, não recusou nenhuma pergunta: de eleições (”ajudamos a comunidade a discernir sobre cada candidato”) à recente aprovação de aborto de anencéfalos pelo Supremo (”uma perda para a sociedade”).

Aos 62 anos, d. Odilo foi escolado nos corredores do Vaticano e carrega um blend de sotaques que reúne o original sulista, dialetos em alemão – falados em sua casa, na infância -, italiano e, agora, uma pitada de paulistanês. Na entrevista a seguir, ele revela que padres fazem psicanálise, diz gostar de Chico e Beethoven e explica por que a Teologia da Libertação, ao que parece, se foi para não mais voltar.

Qual o lado bom e o lado ruim de ser arcebispo de SP?

É uma enorme graça de Deus. E, sem dúvida, é motivo de muita alegria receber uma missão tão importante. O lado difícil são os enormes desafios. A arquidiocese de São Paulo é muito grande, e o volume de trabalho também. Além de participar de todas as atividades do universo religioso, é preciso acompanhar a mídia e estar no espaço público e político, seja pela natureza da Igreja, que represento, seja pela vontade das pessoas de ouvir o arcebispo em certos momentos.

O que o senhor sentiu ao receber a notícia de que seria nomeado bispo auxiliar para SP e mais tarde arcebispo?

Eu já tinha 52 anos e trabalhava na Congregação para os Bispos na Santa Sé, por onde passam as nomeações dos bispos. Portanto, sabia o que significava e as implicações do serviço. Senti, evidentemente, o peso da decisão. No momento em que disse “sim, aceito”, senti uma enorme carga de responsabilidade.

Teve medo?

Medo, não. Mas pensei nas implicações e se daria conta.

O senhor já fez terapia? Padres podem fazer?

Eu nunca fiz, mas padres podem, sim, fazer. Por que não? Em algumas situações, é até aconselhado.

Conhece casos de padres que fizeram?

Conheço, mas não vou citá-los. O padre é um ser humano. Pode ter estresse, crise depressiva, disfunção neurológica hereditária, que provoca problemas psicológicos e comportamentais.

Quando o senhor não está envolvido com as atividades de cardeal-arcebispo, costuma fazer o quê?

Gosto muito de música popular e erudita. Beethoven, Bach e Brahms. Também Chico Buarque, Maria Bethânia… da MPB, gosto de vários cantores. Escuto música quando trabalho, no escritório, enquanto mexo na papelada. Este é um hábito que aprendi no seminário e que trago desde menino.

Vai ao cinema?

Pouco, infelizmente. Não dá tempo. Mas gosto de ir.

O senhor viu o filme Habemus Papam (ficção sobre um papa que, ao ser eleito, não consegue assumir por causa do peso da responsabilidade), que está em cartaz nos cinemas?

Ainda não. Vou tentar assistir na Itália, no idioma original.

O papa é esperado no Rio para a Jornada da Juventude, em 2013. Qual a importância do evento?

É muito importante, para que apareça o rosto jovem da Igreja. Para que interajam e vejam que há muitos outros jovens, inclusive de outros países, que creem como eles. Também é um momento de se encontrarem com o papa Bento 16.

Quais são os desafios de realizar este evento?

São muitos, de todo o tipo, de ordem logística. Isso não é fácil em um evento para o qual se esperam milhões de pessoas. Está mais por conta da arquidiocese do Rio, que organiza localmente e está trabalhando duro. Estamos organizando, em âmbito nacional, o envolvimento de toda a juventude.

Existe a expectativa de um grande público no Rio?

Existe. O Rio de Janeiro atrai por si mesmo, mas não se vai para lá fazer turismo. A Jornada é momento de viver uma programação intensa, com várias temáticas, em conjunto, pelos participantes. Isso requer bastante esforço e até disposição para enfrentar alguns desconfortos. É evidente que, no fim, por melhor que seja a organização, em algum momento vai falhar. Não é que todo mundo poderá dormir em hotel de quatro estrelas, e é inevitável o congestionamento no trânsito, por exemplo. Mas o pessoal vai na alegria, porque é uma experiência única.

Como manter os jovens envolvidos com o catolicismo e o seu lado erudito?

A Jornada Mundial da Juventude é um modo de despertar isso. Não há como manter o interesse dos jovens, senão pondo-os em contato. Ninguém ama o que não conhece. O encontro é para deixar que a juventude faça suas perguntas, se expresse e perceba também os valores e toda a história da Igreja. Isso faz com que ela se sinta parte da Igreja e não a enxergue como algo distante.

Como se adaptar aos novos tempos sem perder a qualidade do catolicismo?

Este é um enorme desafio, que a Igreja enfrenta há dois mil anos. Estamos vivendo uma virada epocal, semelhante à ocorrida na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, e da Moderna para a Contemporânea. São momentos em que a Igreja tem de reaprender, propondo-se de forma nova, mas mantendo-se idêntica a si mesma. É o que estamos precisando fazer hoje.

A Renovação Carismática é um caminho?

É, mas não o único. Existem muitos outros, bem diversos da Renovação Carismática.

Como, então, frear a perda de fiéis para igrejas pentecostais?

Não há outro modo, senão ajudando os fiéis a se sentirem fortalecidos na própria fé e enraizados na Igreja. Mas a ideia que se passa é que só a Igreja Católica está perdendo fiéis. Outras perdem, porcentualmente, muito mais. Se vocês olharem o censo de 2000 a 2010, verão o quanto a Igreja Universal do Reino de Deus perdeu. Hoje, há uma oferta religiosa muito ampla, e eu diria agressiva. As pessoas, de alguma forma, estão sob pressão para fazer novas escolhas.

Este é um ano de eleições. Na sua opinião, a religião deve influenciar a política?

Não sei se a religião deve influenciar a política, mas as convicções religiosas dos cidadãos repercutem na política. Religião e política não se fundem, não se sobrepõem, mas é muito difícil separar as duas coisas.

Qual a orientação da Igreja Católica para o processo eleitoral deste ano?

A mensagem dos bispos é para que o povo se interesse pela participação política, procure conhecer bem os candidatos. Fiquem atentos à aplicação da lei 9.840, contra a corrupção eleitoral, o abuso do poder econômico e a compra de votos. Enfim, estejam atentos para escolher candidatos idôneos.

A Igreja apoia candidatos?

Não costumamos indicar candidatos, porque é uma questão de escolha livre e consciente de cada um. Recomendamos, também, que o clero não tome posição partidária, pois isso cria divisões. Não escolhemos partidos nem candidatos. Mas ajudamos a comunidade a discernir sobre cada um. E possa escolher aqueles sintonizados com nossas convicções – de justiça social, atendimento das necessidades da população carente, justiça econômica, promoção do desenvolvimento, respeito à dignidade da pessoa e moralidade pública.

Na Itália, sede do Vaticano, e em vários países desenvolvidos, o aborto é legalizado há muitos anos. A Igreja está na contramão da saúde pública?

A legalização do aborto não é a promoção da saúde pública, mas a legalização da morte de seres humanos. Se está na contramão de outras decisões? É possível, mas a Igreja não pode estar na contramão dos princípios básicos da dignidade humana, proclamados pelas nações, pela Constituição brasileira, pela ONU. Nem que todos os países aprovassem a legalização do aborto, a Igreja não poderia aprová-la.

Como o senhor recebeu a aprovação do aborto de anencéfalos pelo STF?


A aprovação não muda a posição da Igreja em relação à questão, que é de respeito pleno à vida daquele ser humano – ainda que seja muito breve. Se isso foi tornado legal, não significa que se tornou moral. Fique claro que não foi a Igreja que perdeu, nem os cristãos, mas a sociedade brasileira. A humanidade perdeu em sensibilidade, em respeito à pessoa e ficou mais endurecida em relação às fragilidades e aos defeitos humanos.

Se não houvesse celibato, haveria mais padres?

Não sei, talvez. É bastante difícil responder a esta pergunta de forma hipotética. Porém, há um fato: em outras igrejas que não têm celibato, também faltam ministros. O problema não é o celibato, mas uma coisa mais profunda, a experiência da fé e o valor da proposta religiosa.

Quais foram e ainda serão as consequências para a Igreja dos casos de pedofilia? Como o senhor os enxerga?

Não é só um problema da Igreja. Mais de 90% dos casos ocorrem embaixo do teto familiar. Lamentavelmente, também ocorreram e ocorrem em ambientes religiosos. Creio que trouxe um grande dano à credibilidade da Igreja, mas também está trazendo grande purificação. E uma atenção também da sociedade para a questão.

Como coibir, de forma prática, a pedofilia na Igreja? Palestra? Terapia?

Não é só na Igreja, é na sociedade como um todo. Como é possível tentar combater isso se, nas escolas, coloca-se camisinha ao alcance de crianças? São um convite a fazer sexo, a promiscuidade, desde cedo. A preocupação é combater a aids, mas não se percebe que ali está se promovendo um monte de outras consequências danosas. Dentro da Igreja, evidentemente estamos muito atentos em fazer uma nova retomada da consciência, respeito aos valores morais e da observância dos mandamentos da Lei de Deus.

A Teologia da Libertação está enfraquecida, mas ainda é lembrada como uma corrente da Igreja preocupada em abolir as injustiças sociais.

Foi um momento da história da teologia. Ela perdeu suas motivações próprias, por causa da ideologia marxista de fundo – materialismo ateu, luta de classes, uso da violência para conquistar objetivos -, que não casa com a teologia cristã. Isso foi percebido pouco a pouco. Talvez tenha tido méritos, por ajudar a recobrar a consciência de questões como justiça social, justiça internacional e a libertação dos povos oprimidos. Mas estes sempre foram temas constantes do ensino da Igreja. E vão continuar a ser.

Ainda há muitos padres da Teologia da Libertação?

Não sei se muitos. Ainda existem simpatizantes, mas já não são tantos assim.

Nos seminários brasileiros, ainda há bastantes padres da Teologia da Libertação lecionando?

Não, não creio.

O senhor poderia ser eleito papa um dia? Pensa nisso?

Não estou imaginando isso, não. Só um será eleito papa e existem tantos que podem ser escolhidos! É o conclave que decide, não alguém que se propõe ou que diz “quero ser papa” ou “vote em mim, eu vou ser papa”. Isso não existe. Portanto, não passa pela minha cabeça outra coisa além de ser arcebispo de São Paulo.

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Turquia: Descoberta Tumba de um dos 12 apóstolos de Jesus,Tiago menor.

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Entrevista com o professor Francesco DAndria, diretor da missão arqueológica que fez a descoberta

dia 3 de maio a Igreja celebra São Felipe e São Tiago menor. Dois apóstolos ,que fizeram parte dos doze.

Renzo Allegri, jornalista italiano, diretor do jornal Medjugorje Torino, entrevistou o professor D’Andria, da Puglia, formado na Universidade Católica de Milão em Letras clássicas e especializado em arqueologia pela Universidade de Salento-Lecce, que há trinta anos trabalha em Hierápolis, buscando a tumba de São Filipe.

O tema da entrevista foi a descoberta, realizada no verão do ano passado, onde encontrou-se em Hierápolis, na Frigia, a Tumba do apóstolo São Filipe, fato que chamou a atenção de estudiosos de todo o mundo.

Durante a entrevista disse o professor que sobre São Filipe temos poucas notícias: “ Dos evangelhos se sabe que era originário de Betsaida, no lago de Genezaré. Pertencia à família de pescadores. João é o único dos quatro evangelistas que o cita várias vezes”.

A Tradição nos fala que Filipe passou os últimos anos na Frígia, em Hierápolis. Por meio de uma carta de Policrate, final do segundo século, ao Papa Vitor I, sabemos que Filipe morreu em Hierápolis, que duas filhas suas morreram virgens… e que outra filha sua foi enterrada em Éfeso.

Sobre como e quando morreu o apóstolo, o professor Francesco nos disse que a “maioria dos documentos afirmam que Filipe morreu em Hierápolis, no ano 80 depois de Cristo, quando tinha 85 anos. Morreu mártir pela sua fé, crucificado de cabeça para baixo como São Pedro.” Foi o Papa Pelágio I, no sexto século, que transferiu seus restos mortais a Roma, para uma Igreja construída para essa ocasião, atualmente é a Igreja dos Santos Apóstolos, reformada no ano 1500.

As investigações sobre a tumba de Filipe em Hierápolis começaram no ano de 1957, continua o professor, dizendo que o mérito foi do Professor Paolo Verzone, apaixonado pela arqueologia. A primeira grande descoberta foi uma igreja Bizantina do quinto Século que o professor chegou a pensar que tinha sido construída sobre a tumba do apóstolo Filipe, porém, várias escavações no local não tinham encontrado mais nada.

“Eu mesmo pensava que a tumba se encontrasse na região daquela Igreja” –afirma o professor – porém no ano 2000 “quando me tornei diretor da missão arqueológica italiana de Hierápolis sob concessão do ministério da Cultura da Turquia, mudei de opinião”.

O professor disse ter dirigido a sua atenção a outro ponto, sempre na mesma região. “Os meus colaboradores e eu estudamos atentamente uma série de fotos de satélite da região” – disse o D’Andria- e “entendemos que o Martyrion, a Igreja octonal, era o centro de um complexo devocional mais amplo e articulado”. A colina toda era um complexo preparado para acolher os peregrinos, até mesmo com uma parte termal, para que os peregrinos se lavassem depois das suas longas viagens, antes de visitarem a grande tumba do apóstolo Filipe.

No ano 2010, vieram à luz algumas descobertas também que o levaram até a Tumba do apóstolo: encontrou-se um tumba romana, do primeiro século depois de Cristo. Mas era uma tumba que estava no centro da Igreja, ou seja, sem dúvida, com uma grandíssima importância dada à ela pelos cristãos. No verão do 2011, depois de encontrar uma escada muito consumida, tudo indicava que era pelo grande afluxo de peregrinos naquela Igreja, que era um “extraordinário local de peregrinação”, disse o professor. Na fachada também há muitos grafites nos muros, com desenhos de cruzes, que sacralizaram de certa forma a tumba pagã.

“Mas a confirmação principal de que aquela construção é realmente a tumba de São Filipe” – afirma o professor D’Andria – é um pequeno objeto que se encontra no museu de Richmond nos EUA”. “Trata-se de um selo em bronze com uns 10 centímetros de diâmetro, que servia para autenticar o pão de São Filipe que era distribuído aos peregrinos.”

Foram encontrados ícones com a imagem de São Filipe com um grande pão na mão, assim como hoje temos o Pão de Santo Antonio.

Portanto, no ícone aparece desenhado, como uma autêntica fotografia de todo o complexo de então, e tem levado a entender que a tumba se encontrava na Igreja basilical e não no martyrion.

Por fim, afirmou o professor Francesco que no dia “24 de novembro do ano passado, eu tive a honra de apresentar a descoberta para a Pontifícia academia arqueológica de Roma diante de estudiosos e representantes do Vaticano. Também o patriarca de Constantinópoles, Bartolomeu, primaz da Igreja ortodoxa, quis receber-me para ter detalhes da descoberta, e no dia 14 de novembro, festa de São Filipe para a Igreja Ortodoxa, quis celebrar a Missa sobre a tumba reencontrada em Hierápolis. E eu estava presente, emocionado como nunca estive, também porque os cantos da liturgia grega ressoavam depois de dois mil anos entre as ruínas da Igreja.

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