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Igreja NÃO estuda o fim do celibato. Informação, mais uma vez, foi distorcida pela mídia secular.

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Dom Pietro Parolin (Foto: Osservatore (CC BY-SA 3.0)

Nesta semana importantes meios de comunicação secular – jornais, TV, rádio e outros veículos de impressa comuns – disseram que o Papa Francisco estudava a possibilidade de por fim ao celibato na igreja. Isto baseados numa declaração não do pontífice, mas do atual Núncio Apostólico na Venezuela e Secretário de Estado nomeado, Dom Pietro Parolin, concedeu ao jornal venezuelano “El Universal”.

Em contraponto a essas informações autoridades eclesiais afirmaram que o papa em nenhum momento pensou nisso.

Durante a entrevista, o Arcebispo que assumirá a Secretaria de Estado em outubro, falou sobre vários temas e amistosamente evitou que o ponto de vista do jornalista fosse imposto. Tais como a convocação de um Concílio Vaticano III ou comunhão com teologias reformistas com a de Hans Küng, teólogo dissidente suíço.

A ACI Digital publicou em seu site um trecho da entrevista e a frase usada como base para os boatos da semana. Leia.

Jornalista: O celibato não é….

Dom Parolin: Não é um dogma da Igreja e se pode discutir porque é uma tradição eclesial.

Esta foi a frase sobre a qual os meios construíram não apenas a hipótese de que o futuro Secretário de Estado “abria a porta” à discussão sobre o celibato; mas que mesmo Papa Francisco o estava fazendo.

Em efeito, um comentarista consultado pela influente rede televisiva norte-americana NBC, Thomas Groome, professor de teologia de Boston College, assinalou que “dificilmente Parolin teria feito este comentário se não tivesse a impressão de que o Papa estaria aberto a ter esta conversação”.

Entretanto, Groome e outros peritos consultados pelos meios seculares ignoraram a primeira parte da entrevista de El Universal, onde Dom Parolin assinala claramente que ainda está por familiarizar-se com os objetivos do Pontífice.

“A verdade”, diz Parolin na entrevista, “é que não falei muito com ele e penso que quando tiver a graça e a oportunidade, perguntarei a ele o porquê desta eleição. Assim não saberia dizer qual foi a razão pela qual o Papa pensou em mim. Posso dizer, entretanto, que me sinto muito afim a sua maneira de entender a Igreja e, sobretudo, a seu estilo de simplicidade e de proximidade às pessoas, a seu ânimo de escutá-las e de tentar, seriamente, que a Igreja possa voltar a ter uma presença significativa no mundo de hoje”.

Consultado sobre a entrevista concedida pelo futuro Secretário de Estado, o porta-voz da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, assinalou que “o que o Arcebispo Parolin falou é totalmente consistente com o ensinamento da Igreja”.

Em efeito, para a Igreja, o celibato sacerdotal é uma disciplina, não um dogma. Portanto, a diferença do dogma, pode teoricamente mudar.

Entretanto, os meios seculares internacionais ignoraram importantes passagens da mesma entrevista, em que Dom Parolin explicou o valor do celibato.

Segue abaixo uma parte de como continuou a pequena passagem da entrevista citada no mundo inteiro:

Jornalista: “A que época se remonta o celibato?”

Dom Parolin: “Aos primeiros séculos. Depois, a implementação se aplicou durante todo o primeiro milênio, mas a partir do Concílio de Trento se insistiu muito nisso. É uma tradição e esse conceito permanece na Igreja porque ao longo de todos estes anos ocorreram acontecimentos que contribuíram para desenvolver a revelação de Deus. Esta finalizou com a morte do último apóstolo (São João). O que aconteceu depois foi um crescimento na compreensão e atuação da revelação.

Jornalista: A propósito do celibato…

Dom Parolin: O esforço que a Igreja fez para estatuir o celibato eclesiástico deve ser considerado. Não se pode dizer, simplesmente, que pertence ao passado. É um grande desafio para o Papa porque ele possui o ministério da unidade e todas essas decisões devem assumir-se como uma forma de unir à Igreja, não de dividi-la. Então se pode falar, refletir e aprofundar sobre estes temas que não são de fé definida e pensar em algumas modificações, mas sempre ao serviço da unidade e tudo segundo a vontade de Deus. Não se trata do que eu gosto, mas sim de sermos fiéis ao que Deus quer para a sua Igreja.

Em outra passagem da mesma entrevista, quando o jornalista tenta apresentar o Papa Francisco como um “revolucionário” que trará mudanças radicais, o Arcebispo Parolin esclarece:

“Assim é. Mas essas mudanças não podem colocar em perigo a essência da Igreja, que tem uma continuidade na história proveniente de sua fundação por Jesus Cristo. Então se deve ser fiel. A Igreja nunca poderá mudar ao ponto de adaptar-se completamente ao mundo. Se o fizesse e se perdesse nele, já não cumpriria sua missão de ser sal e luz para todos”.

Mais adiante Dom Parolin continua: “E quero destacar o tema da continuidade porque às vezes parece (e não sei se exagero) que o Papa Francisco vai revolucionar tudo, mudar tudo”.

Jornalista: “Não é isso o que se espera dele?”

Dom Parolin: “Espera-se que ele ajude à Igreja a ser Igreja de Jesus e a cumprir a sua função. Isso é o que devem fazer todos os papas. Mas a Igreja tem uma Constituição, uma estrutura, uns conteúdos que são os da fé e que ninguém pode mudar”.

Em meio da tormenta de titulares mediáticos sobre o suposto “fim do celibato”; a jornalista da revista “Time”, Elizabeth Dias, escreveu um breve, mas incisivo comentário com o título: “por que a política sobre o celibato para os sacerdotes católicos não vai mudar proximamente”.

Dias explica que Dom Parolin não fez mais que explicar a antiga e tradicional diferença na Igreja entre dogma e disciplina. O celibato é, em efeito, uma disciplina. Entretanto, a jornalista de “Time” recorda que nenhuma disciplina importante mudou na história recente da Igreja; e conclui assinalando que, por essa razão, “Dom Parolin destaca que ‘as mudanças não podem colocar em perigo a essência da Igreja, que tem uma continuidade na história proveniente de sua fundação por Jesus Cristo’”.

Com informações da ACI DIgital

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Teologia do Papa Francisco NÃO É a ‘teologia da libertação’ de Gutiérrez, diz perito.

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Embora o encontro não estivesse na lista oficial de audiências privadas do Papa Francisco, o Vaticano confirmou que a pedido do Arcebispo Gerhard Muller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o Papa Francisco recebeu na quinta-feira o Padre Gustavo Gutiérrez, o teólogo peruano considerado como um dos pais da controvertida teologia da libertação.

A amizade pessoal do Arcebispo Muller com o teólogo de 85 anos, que entrou para a ordem dos dominicanos a finais dos anos 90 para evitar estar sob a jurisdição do atual Arcebispo de Lima, Cardeal Juan Luis Cipriani, gerou uma série de especulações sobre o suposto apoio “oficial” à teologia da libertação no Vaticano.

As especulações dos vaticanistas se geraram logo depois da difusão pelo jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano (LOR), de um ensaio do Padre Gutiérrez originalmente publicado como parte de um livro escrito com o Arcebispo Muller, publicado em alemão faz 9 anos e traduzido recentemente ao italiano. O sacerdote peruano apresentou em Roma esta edição.

Entretanto, faz alguns meses o sacerdote jesuíta argentino Juan Carlos Scannone, um dos mais conhecidos representantes da teologia da libertação na América Latina, explicou que o Papa Francisco, como sacerdote e arcebispo, nunca apoiou os postulados polêmicos do Padre Gutiérrez.

Em uma extensa entrevista que aparece no livro publicado recentemente “Francis Our Brother Our Friend” (Francisco Nosso Irmão Nosso Amigo” (Ignatius Press, 2013) do diretor do Grupo ACI, Alejandro Bermúdez, o Padre Scannone, que foi um dos professores do Papa Francisco em seu processo de formação, explicou que “na teologia da libertação há distintas correntes, e há uma que é a corrente argentina”.

No texto que dentro de pouco será publicado em sua versão original em espanhol, o Padre Scannone recorda que “o Cardeal Quarracino (antecessor do Cardeal Bergoglio como Arcebispo de Buenos Aires) apresentou ao L’Osservatore Romano o primeiro documento da Congregação para a Doutrina da Fé sobre a teologia da libertação, e ele distinguiu quatro correntes, citando sem nomear um artigo que eu tinha escrito dois anos antes”.

E há uma corrente argentina, que o mesmo Gustavo Gutiérrez diz que é uma corrente com características próprias da teologia da libertação, que nunca usou categorias do tipo marxista ou a análise marxista da sociedade, mas sem desprezar a análise social privilegia uma análise histórica cultural”, explicou.

O perito jesuíta adicionou que “na teologia argentina da libertação não se usa a análise social marxista, mas se usa preferentemente uma análise histórica-cultural, sem desprezar o sócio-estrutural e sem ter como base a luta de classes como princípio determinante de interpretação da sociedade e da história”.

Segundo Scannone, “a linha argentina da teologia da libertação, que alguns chamam ‘teologia do povo’, ajuda a compreender a pastoral de Bergoglio como bispo; assim como muitas de suas afirmações e ensinamentos”.

Para o Padre Scannone, “há coisas que acredito que marcaram de maneira especial o Cardeal Bergoglio, sobretudo o tema da evangelização da cultura, o tema da piedade popular. Uma coisa muito de Bergoglio é falar do povo fiel. Quando saiu à sacada (de São Pedro, quando foi eleito Papa), o primeiro que fez foi pedir que o povo rezasse por ele para que Deus lhe abençoe, antes de abençoar o povo. Isso é muito dele”.

Scannone adiciona que “este tipo de teologia” sem categorias marxistas, fez parte “do ambiente no qual ele exerceu a sua pastoral. De fato, a problemática da piedade popular e da evangelização da cultura, e enculturação do Evangelho, é chave nesta linha teológica”.

Fonte: ACI

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Cristãos estão sendo decapitados na Síria por não renegarem a fé.

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Após a tomada da cidade de Maaloula, um novo capítulo tem sido escrito na situação de guerra que vive a Síria. De maneira intrigante, a grande mídia silencia sobre o massacre bárbaro e diário dos cristãos. Enquanto muçulmanos alauitas e sunitas brigam pelo poder, quem mais sofre são os cristãos.

Como em toda guerra, surgem muitas informações desencontradas, mas entre os relatos existe uma consistência. As tropas rebeldes, que lutam contra o governo de Bashar al-Assad, são treinadas pela Al Qaeda e financiadas indiretamente pelo governo dos EUA. Possivelmente por isso a “grande mídia” deixe a questão dos cristãos convenientemente de lado.

O fato é que milhares de pessoas têm morrido ao longo desses dois anos e meio de conflitos étnicos e religiosos. De maneira quase unânime, quando se fala ou mostra a morte de soldados leais ao presidente, elas ocorrem por fuzilamento. Quando são cristãos, a forma padrão parece ser decapitar e expor a cabeça em público.

A conquista de Maaloula pelos rebeldes foi marcante pois ali vivia uma das mais antigas comunidades cristãs do mundo, onde ainda se fala o aramaico, língua usada por Jesus . Situada a 50 quilômetros da capital Damasco, a pequena cidade de 3 mil pessoas ficou quase deserta. Estima-se que 80% da população, a maioria de cristãos ortodoxos e católicos, refugiou-se em cidades vizinhas. Mas não sem ver antes a maioria de suas igrejas e casas serem saqueadas, queimadas e ouvirem a ameaça que todo aquele que não se converter ao Islã teria a cabeça cortada.

O avanço dos rebeldes na área foi liderado por Jabhat al-Nusra, ligado a grupos jihadistas islâmicos. A liderança da Frente de Libertação Qalamon se mudou para a aldeia, agora cerca de 1.500 soldados de grupos liderados pela Al-Qaeda estão na pequena Maaloula.

A tomada da aldeia enviou duas fortes mensagens ao mundo: os rebeldes estão mais próximos que nunca de tomarem a capital e os rebeldes extremistas muçulmanos tentarão eliminar os cristãos da Síria.

Muitos dos habitantes que ficaram estão experimentando o horror diariamente. Segundo o site Sky News, da Inglaterra, esta semana três cristãos foram mortos em praça pública e seu enterro se transformou em uma verdadeira passeata de protesto. A grande concentração foi na parte antiga da cidade, que segundo a tradição foi onde o apóstolo Paulo parava em suas viagens até Damasco. O cortejo foi até a igreja ortodoxa Zaytoun, onde fizeram o culto fúnebre. Enquanto os sinos badalavam, partiram para o cemitério.

Mulheres vestidas de negro jogavam grãos de arroz no ar, uma forma tradicional de demonstrar luto. Um pequeno grupo tocava tambores e, em meio ao choro se ouviam gritos. Uma mulher perguntava: “É isso que vocês chamam de democracia… isso é o que o governo quer?”, enquanto um homem fazia gestos obscenos e gritava palavrões contra o presidente Obama e o premiê inglês David Cameron.

Hoje, outras imagens chocantes correram o mundo. São da cidade de Keferghan, onde quatro jovens cristãos foram decapitados publicamente. Um fotógrafo que não quer se identificar, fez imagens que foram publicados pelo site da revista Time. Embora a revista não confirme, outras fontes alegam que o que motivou a morte deles foi sua fé.

Ele fez uma narrativa breve, mas chocante, do que presenciou:

“Eu vi uma cena de crueldade absoluta: um ser humano sendo tratado de uma maneira que nenhum ser humano jamais deveria ser tratado… Eu não sei quantos anos a vítima tinha, mas era jovem. Eles o forçaram a ficar de joelhos. Os rebeldes ao seu redor liam os seus ‘crimes’ listados em um pedaço de papel. Eles o cercaram. O jovem estava com as mãos atadas. Ele parecia congelado. Dois rebeldes sussurraram algo em seu ouvido e o jovem respondeu de uma forma inocente e triste, mas eu não conseguia entender o que ele disse… No momento da execução, os rebeldes agarraram sua garganta. O jovem reagiu, mas três ou quatro rebeldes conseguiram imobilizá-lo. Ele tentou proteger a garganta com as mãos, que ainda estavam amarradas. Tentou resistir, mas os rebeldes eram mais fortes e cortaram sua garganta. Depois, levantaram a cabeça. As pessoas aplaudiram. Todo mundo estava feliz porque a execução aconteceu”.

Com informações de Sky News e Time

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As atividades de Francisco nos próximos meses. Confira

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Cidade do Vaticano (RV) – O Departamento Litúrgico das Celebrações do Papa divulgou esta quinta-feira o programa das próximas atividades de Francisco nos meses de setembro, outubro e novembro.

No domingo, dia 22 de setembro, o Papa irá à ilha da Sardenha, para a visita pastoral ao Santuário “Nossa Senhora da Candelária”, na cidade de Cagliari.

Uma semana depois, dia 29, o Santo Padre celebra a Missa na Praça S. Pedro, às 10h30, por ocasião do Dia dos Catequistas. Estes dois eventos serão transmitidos ao vivo, pela Rádio Vaticano, com comentários em português.

Na segunda-feira, dia 30, está previsto o Consistório para algumas causas de canonização, entre elas a do Beato João Paulo II e João XXIII.

No mês de outubro, no dia 4, Francisco irá a Assis, para uma visita pastoral. No dia 12, sábado à tarde, haverá uma vigília de oração diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima. No domingo, dia 13, a Santa Missa por ocasião do Dia mariano.

Duas semanas depois, no dia 27 de outubro, a Santa Missa por ocasião do Dia da Família. 

Já no dia primeiro de novembro, Solenidade de Todos os Santos, o Santo Padre visitará à tarde o cemitério de Verano. No dia 2, Dia de Finados, haverá um momento de oração pelos Sumos Pontífices mortos na cripta vaticana.

Segunda-feira, 4, na Basílica de S. Pedro, o Papa preside à Santa Missa em sufrágio dos Cardeais e Bispos mortos no decorrer do ano. 

No dia 24, domingo, Solenidade de Cristo Rei, o Pontífice preside à Santa Misso para o encerramento do Ano da Fé.



Fonte: Radio Vaticano

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Comitê Nobel do Parlamento da Noruega pedirá retirar Nobel da Paz de Obama

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ppobama050913O site ACI/EWTN Noticias informou nesta sexta-feira (06/09/13) que o Comitê Nobel do Parlamento da Noruega solicitará que se retire do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o Prêmio Nobel da Paz 2009 devido a sua intenção de realizar uma intervenção militar na Síria, apesar da oposição internacional.

Segundo a notícia, através de um comunicado difundido pela agência Ria Novosti, o organismo afirmou que a decisão se baseia em que “as políticas seguidas pelo presidente Obama, tanto no referente à política externa, especialmente no Oriente Médio e Norte da África, como o inaceitável recorte em liberdades dos cidadãos de seu país e do resto do mundo, com a utilização de programas de espionagem como PRISM, a manutenção da prisão de Guantánamo, etc. fazem que considere totalmente inadequado que ostente este galardão, sendo que não é merecedor do mesmo”.

No comunicado, o Comitê Nobel do Parlamento recordou que “este prêmio é dado à pessoa que tenha trabalhado mais ou melhor em favor da fraternidade entre as nações, da abolição ou redução dos exércitos existentes e da celebração e promoção de processos de paz”, tal e como aparece no testamento de Alfred Nobel.

O Nobel de Física e vice-presidente da Academia de Ciências da Rússia, Zhorés Alfiórov, disse na segunda-feira passada, que seria justo que os contemplados com o “Nobel da Paz” iniciassem um processo para privar Obama deste prêmio. “Fiquei surpreendido quando Obama foi galardoado com este prêmio (em 2009). Não o podia compreender. Ele não merece o Prêmio Nobel da Paz, não tinham que tê-lo concedido”, assinalou Alfiórov.

Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=25997

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Traficantes “evangélicos” proíbem candomblé e até roupa branca em favelas

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Adepta de culto afro em sua nova casa: crença desrespeitada -Foto: Urbano Erbiste / Agência O Globo
 

Adepta de culto afro em sua nova casa: crença desrespeitada -URBANO ERBISTE / AGÊNCIA O GLOBO

O GLOBO | RIO - A roupa branca no varal era o único indício da religião da filha de santo, que, até 2010, morava no Morro do Amor, no Lins de Vasconcelos. Iniciada no candomblé em 2005, ela logo soube que deveria esconder sua fé: os traficantes da favela, frequentadores de igrejas evangélicas, não toleravam a “macumba”. Terreiros, roupas brancas e adereços que denunciassem a crença já haviam sido proibidos, há pelo menos cinco anos, em todo o morro. Por isso, ela saía da comunidade rumo a seu terreiro, na Zona Oeste, sempre com roupas comuns. O vestido branco ia na bolsa. Um dia, por descuido, deixou a “roupa de santo” no varal. Na semana seguinte, saiu do morro, expulsa pelos bandidos, para não mais voltar.

— Não dava mais para suportar as ameaças. Lá, ser do candomblé é proibido. Não existem mais terreiros, e quem pratica a religião faz isso de modo clandestino — conta a filha de santo, que se mudou para a Zona Oeste.

Já há registros na Associação de Proteção dos Amigos e Adeptos do Culto Afro-Brasileiro e Espírita de pelo menos 40 pais e mães de santo expulsos de favelas da Zona Norte pelo tráfico. Em alguns locais, como no Lins e na Serrinha, em Madureira, além do fechamento dos terreiros, também foi proibido o uso de colares afros e roupas brancas. De acordo com quatro pais de santo que passaram pela situação e foram ouvidos pelo jornal “Extra”, o motivo das expulsões é o mesmo: a conversão dos chefes do tráfico a denominações evangélicas.

E a intolerância religiosa não é exclusividade de uma só facção criminosa. Distante 13 quilômetros do Lins e ocupado por um grupo rival, o Parque Colúmbia, na Pavuna, tem realidade parecida: a expulsão dos terreiros, acompanhada de perto pelo crescimento de igrejas evangélicas. Desinformada sobre as “regras locais”, uma mãe de santo tentou fundar ali seu terreiro. Logo recebeu a visita do presidente da associação de moradores, que a alertou: atabaques e despachos eram proibidos ali.

— Tive que sair fugida. Tentei permanecer, só com consultas. Mas eles não gostaram — afirma.

Conselho: UPP é solução

A situação já é do conhecimento de pelo menos um órgão do governo: o Conselho Estadual de Direitos do Negro (Cedine). O presidente do órgão, Roberto dos Santos, diz que já foram encaminhadas denúncias ao Cedine:

— Mas a intolerância armada só pode ser vencida com a chegada do Estado a esses locais, com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, chefe do tráfico no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, ostenta no antebraço direito uma tatuagem com o nome de Jesus Cristo. Pela casa, Bíblias por todos os lados. Mas em seus domínios reina o preconceito: enquanto os muros da favela recebiam dizeres bíblicos, os dez terreiros que funcionavam no local deixaram de existir.

Guarabu passou a frequentar a Assembleia de Deus Ministério Monte Sinai em 2006 e se converteu. A partir daí, quem andasse de branco pela favela era “convidado a sair”. A situação se repete na Serrinha, ocupada pela mesma facção criminosa.

Segundo a lei 7.716/89, o crime de intolerância religiosa não prescreve e é punido com pena de um a três anos de detenção.

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O Renault 4 do Papa: uma história de caridade de 300.000 km.

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No último sábado, antes da vigília de oração pela paz na Síria, o Papa Francisco se encontrou com um grupo de 50 fiéis da diocese de Verona, acompanhados pelo Pe. Renzo Zocca, que deu de presente ao Pontífice seu Renault 4 branco, um modelo de 1984.

O Pe. Renzo, que fará 70 anos em novembro, dedicou sua vida sacerdotal à periferia, fundando a cooperativa Ancora, que oferece emprego e assistência a muita gente. “A sua periferia – lê-se em Famiglia Cristiana – foi o bairro operário Saval, em Verona, do qual foi pároco na década de 80. Um bairro pobre que não tinha nada, mas que foi ressurgindo aos poucos. Ele chegou lá aos 35 anos, levando seu irmão de 14, que tinha ficado órfão e de quem o sacerdote tinha de cuidar.”

“Começou com a igreja – continua a revista –, um galpão com um altar; depois vieram os centros para pessoas com deficiência, para os pobres e para os idosos. O Pe. Renzo lutava contra o tráfico de drogas, que devastava seus jovens, e por isso era ameaçado de morte. Chegou a ser esfaqueado, mas seguiu adiante.”

“Eu queria encarnar o Concílio nessa paróquia da periferia, que foi o centro da minha vida; passei 25 anos nela. Meu irmão e eu morávamos em um apartamento popular no nono andar, e eu costumava dizer, brincando, que a minha era a casa canônica mais alta da Itália”, comenta o sacerdote.

Com o carro, o Pe. Renzo percorreu 300.000 km da Itália, entre escolas rurais, oratórios de verão, centros de acolhimento, Val D’Aosta, as Dolomitas e Roma.

O Pe. Renzo escreveu uma carta ao Papa Francisco; 25 dias depois, o telefone tocou: “Aqui quem fala é o Papa Francisco“. O Pontífice aceitou o carro como presente e eles combinaram de se encontrar no dia 7 de setembro.

“Quando nos encontramos, em frente à Casa Santa Marta, junto a esse Renault 4 branco, eu estava acompanhado de 50 paroquianos. O Papa saiu de Santa Marta e nos abraçamos fortemente, durante um minuto interminável”, narra o padre.

E continua: “Antes da audiência privada, que aconteceria em uma sala junto à Sala Nerbi, comentei-lhe que eu me sentia mal pelos 50 paroquianos que ficariam do lado de fora. Ele respondeu: ‘Então vamos’. Entramos 4 no carro: eu dirigia, ele ia do meu lado, atrás estava o mecânico Stefano e meu assistente Luigi”.

“Stefano me disse: ‘Vá devagar, estamos no Vaticano!’. E fomos a 30 km por hora. Não consigo descrever a emoção dos paroquianos, que viram o carro chegar e o Papa descer dele!”

Depois deste encontro, os 4 entraram novamente no carro para voltar à sala de audiências privadas. “Antes de despedir-me, ele me disse: ‘Escreva-me novamente’. Eu lhe entreguei as chaves do carro e ele se sentou ao volante. Contou-me que também tinha tido um R4 e que seu carro nunca o deixou na mão”.

“E eu o vi indo embora nesse carro, como se fosse a coisa mais natural do mundo”, concluiu.

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