Educação católica nos Estados Unidos em “perigo”, afirmam educadores.

CommonCore

Mais de 130 eminentes estudiosos católicos assinaram uma carta para lançar a alarma contra um documento (definido como Common Core State Standards) que tem o objetivo de uniformizar os programas de estudo em nível nacional. Eles sustentam que o texto “reduz os fundamentos da educação católica”

Entre os promotores da iniciativa, que tem a forma de uma carta enviada a todos os bispos dos Estados Unidos, figura o professor Gerard Bradley, que ensina na Notre Dame Law School. Na mensagem, os estudiosos afirmam: “Acreditamos que aplicar os Common Core seria um grave golpe contra a educação católica nos Estados Unidos”.

Os parâmetros dos Common Core, segundo os estudiosos, estão “tão profundamente viciados” que não deveriam ser adotados pelos institutos católicos, e os que os propuseram deveriam “tratar de se retirar ordenadamente agora mesmo”.

Os Common Core nasceram com a intenção de estabelecer critérios educativos uniformes nos diferentes estados que compõem a União; uma ideia que foi concebida no seio da associação dos National Governors e da organização dos Chief State School Officers. A Fundação Bill e Melinda Gates é um dos maiores patrocinadores, com uma contribuição de 160 milhões. Todo o projeto, além disso, conta com um forte apoio da administração Obama.

Durante os últimos três anos, mais de 100 dioceses católicas decidiram aplicar os Common Core, assim como 45 estados e o Distrito de Columbia, onde está Washington. Segundo os estudiosos que assinaram a carta, os Common Core são uma receita “para a preparação de força de trabalho estandardizada”, que vai contra os objetivos da educação católica. O programa reduz o “estudo da narrativa clássica” e privilegia os “textos informativos”. Desta maneira, a leitura se reduz a “uma atividade servil”, que não incentiva a exploração da “criatividade humana, das grandes lições da vida, da tragédia, do amor, do bem e do mal, do rico tecido de história que constitui a trama das grandes obras de ficção, e as histórias de sacrifício de si e de compaixão nas obras de grandes escritores que modelaram nossa literatura cultural, ao longo dos séculos”.

Entre os assinantes, estão: Robert George, da Princeton University, Anthony Esolen do Providence College, Scott Hahn da University of Steubenville, Patrick Deneen da University of Notre Dame, David Schindler da Catholic Universuty of America e Janet Smith do Sacred Heart Major Seminary.

Todos eles, na carta enviada aos bispos estadunidenses, lamentam-se de que os Common Core não levam em consideração a “rica tradição da escola católica estadunidense, que procura formar os corações e as mentes dos alunos. Nesta tradição, a educação leva aos jovens a Palavra de Deus, oferece uma sólida base de conhecimento e estimula a capacidade de raciocínio… A educação, nesta tradição, forma homens e mulheres capazes de discernir, de continuar seu caminho de vida e que estão prontos para defender a verdade, sua Igreja, suas famílias e seu país”.

Irmã Mary Fleming, diretora executiva da educação católica na Conferência Episcopal dos Estados Unidos, declarou que os Common Core devem ser considerados não como um “teto”, mas como um “pavimento”, razão pela qual não devem ser considerados como um objetivo. Contudo, o debate continua aberto (com tons acalorados), inclusive porque ainda não foram divulgados os parâmetros de exatas e do inglês, mas, segundo os críticos, nas demais áreas “serão promovidas as ortodoxias filosóficas dominantes”, e, entre elas, “uma metafísica materialista” incompatível com os valores do catolicismo.

Marco Tosatti, publicada por Vatican Insider,

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