Um plano no Reino Unido para aplicar filtros amigos da família em conexões de internet tem atraído elogios como uma forma cuidadosa de equilibrar o livre fluxo de informações com a proteção das pessoas, especialmente as crianças.
O primeiro-ministro britânico David Cameron anunciou em um discurso de 22 de julho que o governo havia chegado a um acordo com os maiores provedores de internet do país, cobrindo 95% dos lares britânicos, para bloquear o acesso à pornografia, a menos que o consumidor opte por remover o filtro.
“É algo muito bom, porque estabelece que a informação regular que chega à sua casa não inclui pornografia”, afirma a Dra. Susan Selner-Wright, professora de filosofia no St. John Vianney Theological Seminary, em Denver, Colorado (CNA, 23 de julho).
“É bom concordar que a pornografia não fará parte do consumo regular da casa, a não ser que a pessoa opte por isso, aí ela virá até você. Considero acertada a medida.”
A partir daí, os cristãos são chamados a “fazer o trabalho real”, verificando as razões pelas quais as pessoas são atraídas pela pornografia e atuando junto aos consumidores para lutar por sua mudança de comportamento ou até mesmo a superação do vício.
Selner-Wright explicou que, levando em conta o “valor do livre fluxo de informação”, e que “a fim de proibir toda coisa ruim os governos poderiam também restringir coisas boas”, um sistema em que o usuário opta – quando assim desejar – por não ter o filtro de pornografia é uma solução razoável contra essa praga online.
O primeiro-ministro Cameron anunciou que a política de bloqueio de pornografia está sendo adotada para “proteger as nossas crianças e sua inocência.”
“Muitas crianças estão vendo pornografia online e outros materiais prejudiciais, isso em uma idade muito precoce; sendo a natureza da pornografia algo extremo, ela distorce a visão da sexualidade e das relações humanas”, acrescentou.
O objetivo do governo, segundo ele, é “estar ao lado” dos pais que estão tentando proteger os seus filhos. É “para tornar esse trabalho um pouco mais fácil, e não mais difícil”.
Selner-Wright concorda em que a medida do governo britânico venha para ajudar a proteger as crianças. No mundo dos adultos, “essas imagens podem chegar a você o tempo todo”.
Entre a internet, a publicidade e uma cultura constantemente conectada, “temos um panorama visualmente agressivo”, afirma Selner-Wright. Isso é uma forma de dizer não ao ataque visual às crianças.
Na Islândia, os poderes legislativo e executivo atuam com medidas similares para proibir a pornografia na internet por causa dos danos às crianças expostas a conteúdo sexual violento.
O país já proibiu clubes de strip e também proíbe a impressão e distribuição de pornografia, e agora tenta lidar com a pornografia na internet.