Deus é uma ótima leitura! O ‘boom’ dos títulos de temática religiosa.

Boom da editoria sacra.

Quem lidera a lista de vendas [na Itália] é A infância de Jesus, de Bento XVI, e, no segundo lugar dos livros de ensaios, está um texto de temática religiosa como Cristianesimo, do filósofo secular Umberto Galimberti. Portanto, continua a idade de ouro dos livros sobre a fé (Carlo Maria Martini, Vito Mancuso, Gabriele Amorth) e, como confirmação do crescente interesse pelo tema, está ocorrendo o concurso A Sua Immagine: Il mio libro della fede [À Sua Imagem: O meu livro da fé].

Vatican Insider

A iniciativa foi lançada por ocasião do Ano da Fé pelo programa apresentado por Rosario Carello e Francesca Fialdini transmitido pelo canal Rai 1, no sábado e domingo. Os espectadores podem votar (www.asuaimmagine.rai.it), explicando também o motivo, no livro preferido de uma lista de 40 obras-primas, clássicos do pensamento espiritual, escolhidos pelo teólogo e vice-diretor editorial da San Paolo Libri, Elio Guerriero.

De semana em semana, o programa acompanha a evolução do ranking que se articula ao longo do ano: quais foram os livros mais votados e por quê. Além disso, a cada semana, é proposto um “desafio” entre dois livros: o que receber mais preferências continua em frente, enquanto o menos escolhido é “recolocado” na livraria, à espera, no fim do concurso, de uma possível repescagem.

No fim do Ano da Fé, será conhecida a obra mais lida. Além disso, todos os domingos, as câmeras do programa vão à casa de um personagem do entretenimento, do esporte, da cultura, que dá o seu voto para um dos livros em disputa. Todos os meses, além disso, é escolhido o comentário mais bonito entre aqueles que foram recebidos, e o telespectador é convidado para ir ao programa. As razões da atenção pela fé nas livrarias afundam suas raízes na última década.

Prova disso são os dados divulgados pelo Observatório da Editoria Religiosa Italiana, promovido pelo Uelci (União dos Editores e Livreiros Católicos Italianos, na sigla em italiano), em colaboração com o CEC (Consórcio para a Editoria Católica) e a AIE (Associação Itália Editores). De 2000 a 2007, o crescimento do número de leitores de livros religiosos (ao menos um texto por ano) na Itália foi de 2% por ano, mas de 2007 a 2010 o percentual cresceu para 6%.

O resultado final é que, na década 2000-2010, os leitores de um livro religioso cresceram em 900 mil pessoas. É a faixa de idade entre 18 e 54 anos que registra um maior crescimento. É uma idade interessante do ponto de vista das relações e das responsabilidade sociais, familiares, de trabalho e políticas. Trata-se, enfim, de pessoas que também exercem em seu próprio âmbito de ação um papel de tomadores de decisão.

Essas responsabilidades não privam do tempo necessário para a leitura de um livro religioso, provavelmente porque justamente do livro religioso se pede uma ajuda reflexiva para as próprias escolhas de vida e de responsabilidade social.

Das editoras religiosas, analisou-se toda a produção de novidades e de reimpressões de 2010 e 2009, enquanto para as seculares, nos mesmos anos, só os títulos de temática religiosa. As editoras católicas examinadas são 25% e produziram, em 2010, 79% dos títulos, enquanto as editoras seculares são 72% e representam 18% da produção.

É evidente a superlotação no segmento secular, que confirma a forte atenção no livro religioso por parte das editoras seculares nos últimos anos. O interesse dos editores seculares (ao menos do ponto de vista da produção) está entre uma demanda de Deus e uma busca genérica de espiritualidade.

Nessa pesquisa, no entanto, o cristianismo não é a primeira religião, sendo superado pelas religiões orientais e antigas: uma abordagem bastante genérica e arcaica. Diferente para a área de divulgação, onde o interesse dos editores seculares vai para aqueles autores católicos que dispõem de uma posição capaz de garantir uma maior penetração no mercado.

No quadro geral da produção de conteúdos, a editoria secular ainda vale 18%, um percentual nada desprezível em um setor onde a marca confessional é mais relevante. Se os editores seculares já entraram de pleno direito no mundo editorial religioso, os editores católicos também estão se esforçando para conquistar uma visibilidade nas livrarias seculares. O índice da presença das editoras católicas nas livrarias gerais é de 26% para a área reflexiva.

Decisivamente, é mais baixo o dado da área de divulgação (8,5%), onde, provavelmente, prevalece a capacidade comercial de penetração dos editores seculares mesmo quando publicam os textos de autores católicos, capacidade de dar visibilidade midiática aos autores e de ocupar os espaços nas livrarias seculares, independentes e de rede.

O índice total de presença das editoras religiosas nas livrarias seculares da área religiosa é de 14,7%, um número nada desprezível. Decididamente é melhor na área geral, com picos de mais de 50% na narrativa e juvenil em geral.

Se hoje, portanto, pode-se falar de um boom dos textos de temática religiosa é porque, na última década, a editoria católica não se deixou sobrecarregar pelo mercado, mas aceitou o desafio da editoria secular, mostrando a decisiva vontade de ser protagonista.

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