Preso o imã que acusava a menina de blasfêmia: ele manipulou as provas.

 

O imã Khalid Jadun, que acusava de blasfêmia a menina Rimsha Masih, cristã paquistanesa de 11 anos que sofre de síndrome de Down, foi preso pela polícia do país asiático.

Agências de todo o mundo informam que Jadun é acusado de manipulação das supostas provas contra Rimsha Masih. A revelação veio de uma testemunha ocular, Hafiz Muhammad Zubair, que estava na mesquita cumprindo o aitekaf, um período de retiro espiritual.

Zubair declarou que Ammad, o principal acusador de Rimsha, entregou as páginas queimadas com passagens do alcorão ao imã da mesquita, que juntou outras ao pacote. De acordo com Zubair, havia dois outros fiéis presentes na mesquita no momento do acordo entre o imã e Ammad.

Fontes locais informam que o estudioso Tahir Ashrafu pediu ao conselho de ulemás uma punição contra Jadun. Antes desta notícia, que deverá libertar definitivamente a pequena Rimsha Masih, outros eventos importantes já tinham ocorrido.

A agência Fides relata que um grupo bipartidário de seis senadores norte-americanos (Robert Menendez, Roy Blunt, Ben Cardin, Mark Kirk, Bob Casey e Mike Johanns) escreveu uma carta ao presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, exigindo a libertação de Rimsha e pedindo mais esforços para combater a intolerância religiosa no Paquistão.

A Congregação para a Evangelização dos Povos observa que os senadores dos Estados Unidos ressaltaram a necessidade de “segurança e equidade de acordo com a lei para todos os cidadãos paquistaneses, independentemente da sua religião”, lembrando que os recentes casos de discriminação religiosa, incluindo o de Rimsha Masih, denotam “agravamento da situação das minorias religiosas no país”. O texto aponta ainda que a lei da blasfêmia “continua perseguindo inocentes”.

“Pedimos ao seu governo”, escrevem os senadores, “mais empenho para evitar abusos e violências contra os cristãos, ahmadis, hindus e outras minorias religiosas, assim como contra os membros da comunidade muçulmana”.

A agência Fides também reproduz as declarações de Paul Bhatti, conselheiro do Primeiro-Ministro para a Harmonia Nacional e presidente do All Pakistan Minorities Alliance (APMA): de acordo com ele, “Rimsha é inocente e não há provas contra ela. Em breve será solta”.

Bhatti contou à Fides que a perícia feita pela comissão médica, que declarou Rimsha “menor de idade e deficiente mental”, foi confirmada por especialistas.

No processo de Rimsha, a APMA nomeou uma equipe de cinco advogados muçulmanos que trabalham em conjunto com o advogado Tahir Navid Chaudhry. Considerando a flagrante injustiça da prisão, o processo legal, o apoio da opinião pública, das instituições e também de líderes muçulmanos, a equipe de defesa expressa “total confiança em um resultado positivo”.

Enquanto isso, ainda na prisão, a menina está sob os cuidados de uma carcereira que cuida dela “com carinho”, mas que não pode deixar de admitir o sofrimento da criança: Rimsha está traumatizada, chora frequentemente e pergunta pelos pais.

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