Coração de Sião - Novembro de 2013
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FINADOS - comemoração de todos os fiéis defuntos
Na comemoração dos fiéis falecidos “celebra a Igreja com fé o Mistério pascal, na firme esperança de que os que se tornaram, pelo batismo, membros de Cristo morto e ressuscitado, passem com ele através da morte à vida. É necessário, porém, que sua alma seja purificada, antes de ser recebida no céu com os santos e os eleitos, enquanto o corpo espera a bem-aventurada esperança da vinda de Cristo e a ressurreição dos mortos.”
Em nossa vida, nunca temos o suficiente; vivemos voltados para um contínuo “amanhã”, do qual esperamos sempre “mais”: mais amor, mais felicidade, mais bem-estar. Vivemos impelidos pela esperança. Mas no fundo dessa nossa dinâmica de vida e esperança se oculta, sempre à espreita, o pensamento da morte; um pensamento ao qual não nos habituamos e que quereríamos expulsar. No entanto, a morte é a companheira de toda a nossa existência; despedidas e doenças, dores e desilusões são dela sinais a nos advertir. A morte permanece para o homem um mistério profundo, cercado de respeito também pelos que não crêem.
Ser cristão muda alguma coisa no modo de considerar e enfrentar a morte? Qual a atitude do cristão diante da pergunta sobre o sentido último da existência humana, que a morte nos põe continuamente? A resposta se encontra na profundeza da nossa fé. Para o cristão, a morte não é o resultado de uma luta trágica que se deva afrontar com frieza e cinismo. A morte do cristão segue as pegadas da morte de Cristo: um cálice amargo, porque fruto do pecado, a beber até o fim, porque é a vontade do Pai, que nos espera de braços abertos do outro lado do limiar; morte que é uma vitória com aparência de derrota; morte que é essencialmente não-morte: vida, glória, ressurreição.
Como se dará tudo isso precisamente não podemos saber; não cabe ao homem medir a imensidade do dom e das promessas de Deus. A despedida dos fiéis é acompanhada da celebração eucarística, memória da morte de Jesus na cruz e penhor da sua ressurreição, cujo Prefácio tem um tom de humana suavidade e divina certeza: “Nele (Cristo) refulge para nós a esperança da feliz ressurreição. E aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola. Ó Pai, para os que crêem em vós, a vida não é tirada, mas transformada, e desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível”.
A morte do cristão não é um momento no fim do seu caminho terreno, um ponto isolado do resto da vida. A vida terrena é preparação para a do céu, nela estamos como criancinhas no seio materno: nossa vida na terra é um período de formação, de luta, de primeiras opções. Ao morrer, o homem se encontrará diante de tudo o que constituiu o objeto das suas aspirações mais profundas: encontrar-se-á diante de Cristo e será a opção definitiva, construída por todas as opções parciais desta terra. Cristo espera eternamente com os braços abertos; o homem que optou contra Cristo, será queimado eternamente por aquele mesmo amor que repeliu. O homem que se decide por Cristo encontrará no mesmo amor a plena e infinita alegria. (Fonte: Missal Cotidiano, Ed.Paulus, págs.1785-6)
INTENÇÕES DO MÊS
Podemos fazer alguma coisa pelos mortos?
Eles não estão longe de nós; pertencem todos – os mortos no abraço de Deus – à comunidade dos homens e à comunidade da Igreja. A oração pelos defuntos é uma tradição da Igreja. De fato, subsiste no homem, também quando morre em estado de graça, muita imperfeição, muita coisa a ser mudada, purificada do antigo egoísmo! Tudo isso acontece na morte. Morrer significa morrer também ao mal. É o batismo de morte com Cristo, no qual encontra acabamento o batismo de água. Esta morte vista pelo outro lado – assim crê a Igreja – pode ser uma purificação definitiva e total volta à luz de Deus.
Não será isso o que desejamos a todos os nossos entes queridos já falecidos?
Por isso, a Igreja ensina que devemos (e podemos) ajudar os mortos com nossa oração. Consagremos, portanto, neste mês, todos os nossos parentes, amigos e conhecidos que já partiram desta vida ao Sacratíssimo Coração de nosso Deus, para que, em Sua infinita misericórdia, lhes conceda a plenitude da alegria eterna.
Jesus manso e humilde de Coração fazei o meu coração semelhante ao Vosso!
REZEMOS
Eu, (diga o seu nome), dou e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo, minha pessoa, minha vida, minhas ações, trabalhos e sofrimentos; não quero usar de parte alguma do meu ser, senão para O honrar, amar e glorificar.
Esta é a minha vontade irrevogável: ser todo(a) seu(sua) e fazer tudo por Seu amor, renunciando, de todo coração, a tudo o que Lhe possa desagradar.
A Vós, pois, eu tomo, ó Coração Sagrado, para único objeto do meu amor, protetor da minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância, reparador de todos os defeitos da minha vida e meu asilo seguro na hora da minha morte.
E, nesta confiança de que tudo o que possuo, sou e amo pertence inteiramente a Vós, quero também consagrar-Vos a vida e a alma de todos os meus parentes e amigos, vivos e falecidos, a fim de que todos nós, um dia, cheguemos à luz e à paz da Vossa casa e, purificados pelos mistérios pascais, nos alegremos com a futura ressurreição. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém.
Reze o Pai-Nosso, Ave-Maria e o Glória.