O Relativismo, a VERDADE e as bancas de Revistas.

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Pedro Ravazzano
O mundo moderno na banca de revista mais próxima de você!

Eu não levo nada a sério teoria das conspirações, por isso não acredito que os livros de Nietzsche, Dalai Lama e Zíbia Gasparetto sejam vendidos em qualquer esquina porque haja um plano mundial de dominação onde os vendedores de revistas são parte essencial da vitória final! Não, sejamos mais realistas até porque, analisando os fatos com mais objetividade e livre de idéias pré-concebidas podemos constatar que a realidade é muito pior do que as mais insanas teorias da conspiração.


Se uma banca de revista em São Paulo está vendendo niilismo, espiritismo e budismo açucarado é porque, mercadologicamente raciocinando, há saída. Do contrário estes livros não seriam facilmente encontrados em áreas de destaque – eu mesmo já encontrei “A Democracia na América” velho e esquecido numa banca. Ora, o sucesso da auto-ajuda tibetana e do espiritismo é mais fácil de compreender. O budismo em sua origem, vale frisar, se destacava pelo ateísmo prático; o progresso da vida espiritual se dava por um esforço do próprio homem. O espiritismo com toda a sua difícil e escorregadia definição propõe um mundo água-com-açúcar, com uma “lei do karma” simplificada numa idéia confusa de bondade, felicidade e justiça. Ambas as considerações destacam não só o esforço do homem como a sua auto-suficiência.

Ora, o niilismo de Nietzsche, na esteira do humanismo ateu de Feuerbach e do materialismo histórico de Karl Marx, pensava o homem como medida e fim último. A sua liberdade, então, brotaria da morte de Deus, da razão e dos valores, levando uma vida regida pelos extintos e paixões. O homem, assim, cria e forja os seus próprios valores de acordo com os seus próprios desejos. Do nada ele veio e para o nada ele irá. Tudo se reduz à imanência, às sensações, às experiências que provém do corpo. Assim, não há como falar de outro mundo, transcendente, contemplativo.

O niilismo é o próprio espírito que permeia as mentes do homem moderno. O relativismo consolida a crença da autonomia do indivíduo e desconstrói qualquer possibilidade do conhecimento da verdade - transcendente. Ademais, uni-se com as crenças adocicadas que destacam a necessidade do homem de, no hoje – novamente sem transcendência – construir o único mundo que conhece – e conhecerá. A auto-ajuda literária apenas surge para canalizar a neurose – como pensada por Freud – e tornar o homem mais feliz enquanto mais cheio de si e crente do seu poder. O espiritismo, do mesmo modo, com a sua doutrina líquida não apenas reduz a ação de Deus a um papel minimamente necessário para ser considerada religião como centraliza todos os esforços no indivíduo e na sua auto-suficiência de edificar o mundo de paz!
 
fonte: carmadélio
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