A voz da Igreja diante da crise que o Brasil atravessa

 

A Igreja no Brasil tem se pronunciado sobre a grave crise política que o nosso país atravessa, principalmente por causa do estado endêmico de corrupção. A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta quinta-feira, 10, durante coletiva de imprensa, Nota sobre o momento atual do Brasil aprovada pelo Conselho Permanente.

A NOTA afirma que: “Vivemos uma profunda crise política, econômica e institucional que tem como pano de fundo a ausência de referenciais éticos e morais, pilares para a vida e organização de toda a sociedade… A superação da crise passa pela recusa sistemática de toda e qualquer corrupção… As suspeitas de corrupção devem ser rigorosamente apuradas e julgadas pelas instâncias competentes. Isso garante a transparência e retoma o clima de credibilidade nacional. Reconhecemos a importância das investigações e seus desdobramentos. Também as instituições formadoras de opinião da sociedade têm papel importante na retomada do desenvolvimento, da justiça e da paz social.

“As manifestações populares são um direito democrático que deve ser assegurado a todos pelo Estado. Devem ser pacíficas, com o respeito às pessoas e instituições”.Sobre a corrupção e seus estragos o Papa Francisco tem se pronunciado. Em palavras dirigidas à delegação da ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE DIREITO PENAL, no dia 23 de outubro de 2014, disse:

“A corrupção manifesta-se numa atmosfera de triunfalismo porque o corrupto se considera um vencedor. Naquele ambiente pavoneia-se para diminuir os outros. O corrupto não sente a sua corrupção. Acontece como com o mau hálito: dificilmente quem o tem se apercebe de o ter; são os outros que o sentem e que lho devem dizer. Por este motivo, o corrupto dificilmente poderá sair do seu estado por remorso interno de consciência. A corrupção é um mal maior que o pecado. Mais do que perdoado, este mal deve ser curado. A corrupção tornou-se natural, a ponto de chegar a constituir um estado pessoal e social ligado ao costume, uma prática habitual nas transações comerciais e financeiras, nas empreitadas públicas, em cada negociação que envolva agentes do Estado. É a vitória das aparências sobre a realidade e do descaramento impudico sobre a discrição honrada. Contudo, o Senhor não se cansa de bater à porta dos corruptos. A corrupção nada pode contra a esperança.”

Dom Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo de Frederico Westphaln (RS), em uma Nota afirma que:
“O Brasil e os brasileiros não merecemos tanta humilhação e tanta vergonha… o mal da corrupção apresenta-se como uma sombra vergonhosa”. “O Brasil para os brasileiros! Fomos roubados: roubaram nossa esperança, nosso futuro, nossa dignidade, muito mais do que o nosso dinheiro. Somos um povo doente, sem horizontes. Prevaleceram-se de nosso comodismo, de nossa incapacidade de reação.

 

 

Compraram nossa consciência cidadã com bolsas, programas, “pacs”, copas e olimpíadas. Mudaram o rumo de nossa história, impingindo-nos ideologias inaceitáveis. Venderam nosso país a lobbys, que despejam aqui rios de dinheiro, para mudar os rumos de nossa vocação cristã-católica. Perdemos quase tudo. Agora, querem nos fazer acreditar que tantos escândalos, desvendados a duras penas, não são verdadeiros, nada mais são do que disputa política. É preciso dar um basta a tanta pouca vergonha. É preciso, antes de tudo, resgatar o Brasil e a nacionalidade. Este país precisa ressurgir dos escombros a que foi reduzido. Mais do que nunca, é preciso recomeçar a ser brasileiro. O Brasil e os brasileiros não merecemos tanta humilhação e tanta vergonha”, disse Dom Keller.

Dom Henrique Soares, bispo Diocesano de Palmares – PE, afirmou no seu perfil do facebook:

“A situação do nosso País é gravíssima: crise econômica, crise política, crise institucional, crise moral! A democracia brasileira corre perigo! O País foi roubado dos brasileiros! Os que governam se sentem dispensados de dar satisfações ao Povo; não respeitam as instituições, zombam da justiça! A sordidez, a desfaçatez e o escárnio tornaram-se método de governar e fazer política! O Congresso Nacional trai e abandona o Povo brasileiro! Cargos, comissões, sinecuras: é tudo quanto nossos parlamentares procuram! Congresso indigno, Congresso omisso, eivado pela tortuosidade! É preciso dar um basta a tudo isto! O Povo brasileiro deve retomar o seu País, deve recobrar a sua Pátria, a sua dignidade, a sua honradez! O Brasil está desonrado, o Povo brasileiro está ferido em sua dignidade! É o futuro da Pátria que está em jogo! É preciso cobrar com convicção e firmeza um posicionamento claro do Congresso Nacional! Mas, como, com os líderes que estão ali? Enquanto isto, crise, desemprego, tensão, desânimo, total falta de esperança! O Brasil não tem líderes! Estão destruindo a jovem democracia brasileira, estão colocando em risco o que se construiu com tanto sacrifício! Que o Povo não o permita! Que o Povo fale! Que o Povo brade! O Brasil é dos brasileiros!”

Dom Orani Tempesta, cardeal arcebispo do Rio de Janeiro também se pronunciou dizendo que: “Momento é grave e requer unidade da Nação” (18/3/2016).

“É hora de mantermos a unidade nacional, a fim de, unidos, vermos o triunfo do bem nesta Terra de Santa Cruz”. “O Brasil atravessa um difícil momento de crise política, institucional e ética, que não deixa indiferente ninguém de nós. Ao contrário, pede-nos oração e reflexão… o momento é grave e requer o despertar e o aliar-se de todas as forças vivas da Nação, a fim de, juntos, dizermos um forte e rotundo “Não” à corrupção, venha ela de quem vier e de que esfera ou natureza for. Não se podem sacrificar os valores éticos e morais, nem se podem espezinhar os benefícios ao povo sofrido como saúde, moradia, educação, saneamento básico. Afinal, sempre é o povo humilde o mais atingido em meio a esse turbilhão de coisas, que desde algum tempo vem se abatendo sobre o Brasil. Essas mesmas forças vivas da Nação precisam dizem “Sim” à união de todos os homens e mulheres …, a fim de que o mal seja combatido com seriedade, dentro da lei e da ordem e, sobretudo, sem ódio ou revolta contra quem quer que seja, nem luta entre classes.”

Nossa Senhora Aparecida é, oficialmente, e por decreto do Papa Pio XI, a Rainha e Padroeira do Brasil; mais do que nunca é hora de implorar a sua materna, indispensável e poderosa intercessão para o Brasil vencer este estado endêmico de corrupção e imoralidade que envergonha a todos nós, e faz a economia do país “sair pelo ralo”, sacrificando sobretudo os mais pobres.

 

Fonte – Editora Cleofas –  POR  - PROF. FELIPE AQUINO21 DE MARÇO DE 2016BRASIL E O MUNDONOTÍCIASNOTÍCIAS DO BRASIL E DO MUNDO

 

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