Cristãos: perseguidos, mas não vencidos!

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A fé cristã sofre perseguições! Nada mais atual que a frase de São Tertuliano de que “o sangue dos mártires se torna semente para novos cristãos”. Professar a fé cristã é ser hostilizado em muitas esferas da nossa sociedade; de modo escancarado ou velado, o comportamento se transforma se se declara crente, temente a Deus e discípulo do Mestre, que é Jesus Cristo.

A fé guardada por homens, mulheres e crianças a ponto de darem suas vidas por causa do Evangelho, é um grito que incomoda porque aponta para além dos modismos e das fugacidades da vida pós-moderna, onde o que importa são as aparências e a simples sensação de estar bem e ter uma “vida legal”. A fé preservada em meio às perseguições nos aponta para a infinitude, para uma razão na vida, um querer de felicidade que só Cristo pode nos dar.

Os cristãos no Iraque sofrem perseguição pelo estado islâmico de Mosul, é o que afirma o jornal francês Le Figaro. Os cristãos são obrigados a deixar sua região ou a pagarem altos impostos, têm suas casas marcadas com o N de Nazareno e assim sujeitos ao massacre e transformados em cidadãos de segunda categoria. No fundo, o Estado islâmico quer obrigá-los a se converterem, ou serão mortos. Os cristãos no Iraque antes da invasão americana eram 1 milhão, hoje são 400 mil.

Na Ucrânia, após a invasão russa, muitos católicos têm seu futuro incerto, pois a Igreja poderá ser banida do território. Padres são raptados, e alguns desaparecem sem nenhuma explicação. Alguns fiéis chegam a ser espancados por oficiais russos e têm suas propriedades confiscadas. É a lógica do medo para que abandonem sua fé!

Na China, o Partido Comunista Chinês silencia a Igreja Católica, que é obrigada a viver na clandestinidade. São em média 12 a 15 milhões de católicos em um país de 1,4 bilhão de habitantes. Os católicos são obrigados muitas vezes a serem membros da Associação Católica Patriótica Chinesa, que é controlada pelo governo e não está em comunhão com o papa.  Alguns bispos católicos vivem encarcerados durante décadas por não abandonarem a fé.

Na Mongólia, um sacerdote e uma religiosa foram mortos por cuidarem de crianças e idosos pobres. Na Síria, os conflitos têm gerado intolerância religiosa contra os cristãos num ambiente em que 90% da população é muçulmana. De acordo com estimativas divulgadas pelo Associated Press, cerca de 1.800 cristãos foram mortos na Nigéria em ataques terroristas planejados por radicais islâmicos desde 2007. Na Coreia do Norte, 50 a 70 mil cristãos sofrem nos campos de concentração em trabalhos forçados. Na Somália, se um ex-muçulmano é descoberto logo é condenado imediatamente à morte. No Afeganistão, os cristãos são considerados inimigos do Estado. Nestes e em muitos outros lugares, seguir a Cristo é estar correndo risco de morte e ser perseguido.

No Brasil, os católicos também acabam passando algumas situações sofridas, tendo suas igrejas invadidas, seus objetos de cultos ridicularizados e imagens depredadas. Isso aconteceu no Rio de Janeiro, Montes Claros (MG), Sacramento (MG), Igarapava (SP), Erechim (RS)…

O papa Francisco afirmou que há mais cristãos perseguidos atualmente que nos primeiros tempos da Igreja. Existem lugares em que não se pode ter uma Bíblia, ensinar o catecismo ou mesmo levar um crucifixo. A cada cinco minutos, um cristão é morto, segundo algumas fontes. Além do mais, a perseguição não é somente física, o martírio de sangue. Outras formas de perseguição se espalham e marcam profundamente a vida das pessoas. Hoje há o martírio da ridicularização no trabalho, na universidade, nos ambientes sociais…

Estes exemplos demonstram como ainda há corações, estruturas sociais e regimes políticos fechados ao Evangelho. É preciso permanecermos vigilantes para que a profissão da fé cristã não se torne um crime sujeito a retaliações. A nossa vida deve-nos falar sobretudo de Cristo e de Cristo crucificado e ressuscitado, como centro da história e da nossa vida. A cruz de Cristo ocupa sempre um lugar central na vida da Igreja e tem que ocupar também em nossa vida pessoal. Na história da Igreja não faltará jamais paixão e perseguição, mas a partir delas e pelo testemunho de guardar e dar testemunho dela muitos crerão. Se aceitamos a cruz, ela se converte em benção. “Somos atribulados por todos os lados, mas não esmagados; postos em extrema dificuldade, mas não vencidos pelos impasses; perseguidos, mas não abandonados; prostrados por terra, mas não aniquilados. Incessantemente e por toda a parte trazemos em nosso corpo a agonia de Jesus, a fim de que a vida de Jesus seja também manifestada em nosso corpo” (2 Cor 4, 8-10).

* Geraldo Trindade é diácono na arquidiocese de Mariana. 

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