Fertilização “in vitro” com material genético de três pessoas?

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Laboratórios do Reino Unido e dos EUA estão pesquisando possíveis tratamentos de fertilização para obter embriões geneticamente modificados a partir de material genético de duas mulheres e um homem, na tentativa de evitar doenças mitocondriais.
 
A chamada transferência mitocondrial busca utilizar a transferência nuclear (clonagem) entre ovócitos, extraindo o núcleo do ovócito de uma mulher com mitocôndrias alteradas, transferindo-o a outro ovócito, de uma mulher saudável, cujo núcleo foi extraído previamente.
 
Este novo ovócito com mitocôndrias do ovócito da mulher saudável (doadora) e o núcleo do da mulher doente poderia ser fecundado com esperma de um doador saudável, de maneira que se obteria um blastócito não afetado pela doença mitocondrial da mulher doente. Tal blastócito, ao crescer, se tornaria uma criança com duas mães e um pai biológicos.
 
“Ainda que a aplicação técnica deste método pareça distante (já que até agora não se conseguiu a clonagem humana), ela já é proposta por diversos pesquisadores envolvidos na procriação assistida”, explica um artigo do Observatório de Bioética da Universidade Católica de Valência.
 
De fato, neste mês de junho, uma comissão de especialistas do Reino Unido deu seu respaldo a técnicas de fecundação in vitro (FIV) desse tipo, e cientistas afirmaram em coletiva de imprensa que os experimentos poderiam dar resultados dentro de dois anos, segundo informou a Reuters.
 
O governo já aprovou, em junho de 2012, um projeto para legalizar esta técnica, e está esperando que se comprove sua segurança e efetividade para autorizá-la.
 
Nos EUA, a Administração de Alimentos e Medicamentos está estudando se os problemas de segurança apresentados por este tipo de tratamento permitem iniciar testes clínicos em seres humanos.
 
Até agora, as conclusões sobre esta técnica se baseiam em testes de laboratório e em alguns testes com animais.
 
O objetivo desta técnica seria evitar problemas cardíacos, atraso mental, insuficiência hepática, cegueira e distrofia nos embriões, que herdariam o núcleo do DNA dos seus pais, mas o DNS mitocondrial seria da doadora saudável.
 
Os cientistas que apresentaram esta informação garantem que a mãe doadora representaria menos de 1% dos genes do embrião, mas as modificações genéticas seriam transmitidas às futuras gerações.
 
Além disso, o Centro de Genética e Sociedade dos EUA advertiu que os embriões criados dessa maneira poderiam levar a uma situação complicada, e tentar cientistas e pais a usar estas técnicas para planejar bebês com certas características específicas, afirmou Infonews.O Observatório de Bioética da Universidade Católica de Valência adverte que “não se pode esquecer das grandes dificuldades éticas que esta técnica traz, pois, além das relativas à clonagem humana, haveria outras derivadas da produção de embriões – algo que, se for viável (o que é pouco provável) – com duas mães e um pai”.

 

 Patricia Navas
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