Caros jovens, Satanismo é real, NÃO é “lenda urbana”!

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 Carlo Climati, especialista em fenômenos do satanismo entre os jovens, falou com Zenit esta semana durante o curso “Exorcismo e Oração de libertação” realizado no Pontifício Ateneu Regina Apostolorum, em Roma.

Enquanto a Universidade de Harvard permite a”Satanic Black Mass” em seu campus, Climati lança luz sobre o que realmente é a satanologia, por que os jovens se envolvem, e se existe saída. Ele também compartilha histórias pessoais para mostrar como a satanologia pode dar uma falsa impressão de conforto para aqueles que são vulneráveis ​​e esclarece equívocos comuns sobre o tema.

 Quão importante é este tipo de conferência?

Climati: É muito importante porque nós precisamos conversar sobre estes temas de maneira correta, sem gritar, sem disparar alarmes, sem sensacionalismo.

Como isso pode ser alcançado?

Climati: Precisamos ser positivos. Precisamos dizer o que é verdade e o que não é, porque nem todos os jovens são ruins. Pelo contrário, o fenômeno do satanismo tende a ser para as pessoas que têm problemas em suas vidas, que sofrem pela falta de comunicação dentro da família, e outros problemas pessoais.

 Qual é a mensagem do curso?

Climati: Eu tento explicar o que acontece na vida dos jovens. Eu conheci muitos jovens que compartilharam comigo as histórias pessoais relacionadas ao satanismo e suas experiências passadas. Pessoalmente, eu não falo sobre exorcismos. Eu não sei nada sobre isso, porque sou leigo. Sou casado e eu não sei nada. Eu não sou um padre.

 O que falar sobre o satanismo?

Climati: A partir das minhas experiências com os jovens, falo sobre vida e esperança, porque o satanismo é algo que destrói a esperança na vida dos jovens. Gera uma visão pessimista da vida. É uma maneira de destruir os bons valores das pessoas no mundo.

Por exemplo, é preciso fazer perceber que a vida não é “tão ruim”. Há muitas coisas boas na vida. No entanto, o satanismo ensina o contrário. Ensina que a vida é como uma selva onde só os fortes sobrevivem e o problema é que os jovens não estão prontos. Às vezes, o jovem não pode lidar com isso porque está lutando contra algumas dificuldades da vida ou problemas familiares.

Eles acreditam em satanás como um “anjo”, como um “amigo”, como algo que irá ajudá-los a ter uma vida diferente. Isso é muito perigoso porque satanás não pode ser um amigo bom, pois oferece uma visão muito diferente da vida. Não mostra a verdadeira versão da vida, que a vida tem coisas boas.

O satanismo vai contra o perdão. O satanismo diz que você não tem que perdoar as pessoas, porque as pessoas não merecem.

 Como esse encontro pode ajudar as pessoas? Como as pessoas podem receber ajuda depois de uma experiência satânica?

Climati: Eu acho que devemos ouvir mais os jovens. Devemos criar uma ponte entre nós e eles. Especialmente na Itália, em Roma, vemos grupos de jovens vestindo preto, usando símbolos satânicos, como a cruz de cabeça para baixo.

Não temos que ter medo e não temos que condenar os jovens, mas devemos questionar o porquê desse comportamento. Em Roma, anos atrás, quando escrevi alguns livros sobre esse tema, muitas vezes, fui conversar com esses jovens, especialmente em um lugar chamado Campo di Fiori. Eles vão lá, simplesmente ficam juntos. No entanto, eles acreditam. Eles dizem que acreditam em satanás. Eles odeiam a Bíblia. Mas eles não fazem nada de mal.

 Você tem ideia de porque os jovens se envolvem com o satanismo?

Climati: Por trás de todo jovem satanista, para mim, existe alguém que está à procura de Deus e da espiritualidade. Eles procuram por alguma coisa, mas vão por um caminho ruim, porque algo aconteceu em suas vidas. Muitos jovens têm essa experiência. Eles se tornam muito ‘escuros’ e pessimistas. Eles odeiam a vida. Eles odeiam as pessoas.

Às vezes, os jovens vão para o cemitério e destroem coisas, mas isso não é o verdadeiro problema. O problema real é que o satanismo é algo que faz mal para si mesmo. Geralmente sozinho, não com os outros. Não é uma seita, um culto. Os jovens começam a despertar interesse quando escutam alguma música ou pesquisam em alguns sites. Eles não estão preparados para ler essas coisas, que vão para a cabeça e criam confusão.

Eu gosto de conversar com os jovens, especialmente porque eu também sou músico. Eu não sou um daqueles que dizem que o rock é música satânica, mas eu tento falar com eles sobre uma pequena parte das músicas que tem elementos satânicos. Eu gosto de falar com os jovens especialmente por que sabendo que eu sou músico e entendo a cultura, eu não estou ali para “condená-los”. É muito interessante conversar sobre as mensagens das músicas.

Existem associações que ajudam os jovens, por exemplo, GRIS, que é um dos organizadores deste curso no Regina Apostolorum. Muitos jovens passam por um momento da vida em que estão interessados ​​em satanismo e ocultismo, mas é apenas uma parte da vida, mas talvez eles olhem para Deus, para algo muito bom.

Muitos desses jovens, que tiveram esses sentimentos, se tornaram católicos. Eles estão procurando. Isso faz parte da pesquisa, eu acho. Talvez, alguém tenha uma opinião diferente, mas isso é o que eu percebo ao falar com eles. Em todo satanista, existe uma sensibilidade. Eles não são estúpidos. Eles não são pessoas que odeiam sem motivo. Eles são pessoas que sofrem por algum motivo. Eu acredito profundamente nisso. Então, acho que é bom ouvir, estar perto dos jovens, porque muitos estão sozinhos.

Para uma família ou pessoa que não sabe o que fazer, o que você recomendaria?

A família deve entender que em alguns momentos é preciso reconhecer sinais de luto ou de depressão. Depois, falar com a pessoa. E pedir a ajuda de uma boa organização, como GRIS. GRIS é uma organização da Igreja Católica, tem muitos voluntários que ajudam.

É interessante notar que muitas pessoas são capazes de sair desse caminho. É muito bom porque as pessoas começam uma vida diferente.

Você teve alguma experiência com o satanismo?

Eu sou muito otimista, sou uma pessoa que – embora nunca tenha sido um satanista – na minha juventude, quando eu era muito jovem, com 13 anos, fiquei muito doente. Eu estava muito sozinho e fiquei no hospital por um ano. Naquela época, eu estava afastado da Igreja, porque eu vi muitas pessoas sofrendo no hospital, especialmente jovens como eu, então, eu não acreditava em Deus. Eu achava que Deus era ruim. Eu não era um satanista, mas contra Deus. Eu blasfemava. Eu estava muito triste, mas depois eu entendi. E fui capaz de sair deste período negro (…) eu estava procurando, procurando alguma coisa em mim mesmo. Eu não era ruim para me sentir assim.

A música me ajudou muito. Quando eu tocava, eu conhecia pessoas. Eu não estava sozinho. Quando eu fiquei doente, eu estava sozinho porque usava um colete ortopédico e não podia fazer o que as outras pessoas faziam.

Eu entendo quando alguém diz que odeia a Deus, porque eu também tive um momento em minha vida em que odiava Deus. Eu não conseguia entender por que havia tanto sofrimento no mundo, especialmente quando eu via as crianças no hospital, que estavam muito doentes, com problemas muito graves.

Você consegue se lembrar de alguém que tenha experimentado este mundo?

Climati: Eu me lembro bem, depois de uma das minhas conferências, de um jovem de 18 ou 19 anos, que falou comigo. Ele disse que houve um período em que ele estava interessado em satanismo. Ele tinha sido muito católico, mas teve uma crise porque seu pai, que queria ser uma pessoa honesta, perdeu o emprego por não submeter sua moral. Quando seu pai perdeu o emprego, o jovem teve uma crise. Sua mãe disse ao pai: “não seja tão honesto e bom”. Isto levou a uma crise familiar, porque o pai não estava disposto a ser desonesto. A família desabou. O jovem disse: “Mas o que é a vida se o meu pai perde o emprego por ser honesto?”

Esta situação teve um efeito prejudicial para o seu coração. Ele começou a acreditar que a vida é algo em que só as pessoas ruins podem ter sucesso. Ele tornou-se ‘interessado’ em satanismo, mas apenas por alguns meses, pois o satanismo tem essa mensagem exata, essa mentalidade.

Depois, a crise de sua família foi resolvida. Seu pai encontrou outro trabalho. Ele disse: “Eu não era ruim, mas por algum tempo eu acreditei em Satanás”.

Ele não fez nada de mal. Ele não matou ninguém. Ele não foi para o cemitério. Mas, ele estava se tornando satânico em sua filosofia de vida. No entanto, ele foi capaz de mudar a vida. Mais tarde, ele se tornou um voluntário. A família dele me disse que ele foi para Moçambique.

É possível ser satanista, a longo prazo?

A maioria das pessoas não são felizes como satanistas. Eles normalmente querem escapar e conseguir mudar. Satanismo não é uma condição na qual a pessoa pode ser muito feliz porque é realmente tenebroso.

Qual é a diferença entre satanismo e ocultismo?

Climati: Ocultismo é algo relacionado a magia. É a tentativa de usar ‘mágica’ para chegar ao poder através de rituais de magia, mas não se trata de satanás. Eu, pessoalmente, acho que não é bom de qualquer maneira, porque funciona como se o esforço fosse desnecessário. As coisas custam esforço na vida … você precisa trabalhar, você precisa estudar. Mas, com a magia, a pessoa acha que pode chegar a algo sem isso. Por exemplo, se você quer que uma garota se apaixonar por você, você pode fazê-lo por magia. No entanto, é muito diferente do satanismo que é muito ruim e inerentemente perigoso.

Qual é a sua impressão sobre aqueles que sofrem por causa dessas coisas?

É necessário ser muito positivo. Todos os pontos de vista apresentados no curso são positivos e são úteis, especialmente aos sacerdotes. Muitas vezes, quando as famílias têm problemas, procuram um padre para pedir ajuda. O sacerdote deve estar preparado para saber como reagir, por isso é ótimo ver tantos sacerdotes aqui.

Sacerdotes podem ajudar muito, mas eles devem estar preparados. Eles precisam entender como as coisas acontecem. Portanto, este é um bom curso, porque oferece boas perspectivas, incluindo as de médicos e sacerdotes.

Por Deborah Castellano Lubov

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