Stephen Hawking, Deus e deus

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escrito por Dom Henrique

Caro Internauta, gostaria de colocá-lo diante de duas informações pescadas na Internet. Elas ajudarão a mantê-lo informado na questão da existência de Deus. Lá vão:

 

Primeiro, a informação como se encontra no verbete da Wikipédia sobre o físico e cosmólogo inglês, Stephen Hawking, no tocante a uma afirmação polêmica feita no seu último livro (cf. http://pt.wikipedia.org/wiki/Stephen_Hawking):

“Hawking se descreve como agnóstico. Ele repetidamente tem usado a palavra "Deus" em seus livros e discursos, mas segundo ele próprio, no sentido metafórico e relativo. Sua ex-esposa Jane já afirmou que durante o processo de divórcio, ele se descreveu como ateu. Hawking declarou que não é religioso no sentido comum, e que acredita que "o universo é governado pelas leis da ciência. As leis podem ter sido criadas por Deus, mas Deus não intervém para quebrar essas leis". Hawking comparou a ciência e a religião durante uma entrevista, dizendo "há uma diferença fundamental na religião, que se baseia na autoridade, e na ciência, que se baseia na observação e na razão. A ciência vai ganhar porque ela funciona".

Em alguns trechos de seus livros, Hawking também parece seguir uma linha de pensamento baseado em Einstein ou em Leibniz, que se aproxima muito ao Deísmo. No livro "Uma breve história do tempo" ele cita que "tanto quanto o Universo teve um princípio, nós poderíamos supor que tenha um Criador". Ainda nesse livro, ele diz que "no entanto, se nós descobrirmos uma teoria completa...então nós conheceríamos a mente de Deus".

Porém, em seu mais recente e polêmico livro "The Grand Design", Hawking contradiz suas antigas declarações sobre a ideia de um criador[6] e sugere que "Deus não tem mais lugar nas teorias sobre criação do universo, devido a uma série de avanços no campo da física". No livro, numa declaração controversa, afirma que "Por haver uma lei como a gravidade, o universo pode e irá criar a ele mesmo do nada. A criação espontânea é a razão pela qual algo existe ao invés de não existir nada, é a razão pela qual o universo existe, pela qual nós existimos", dizendo que o Big Bang foi simplesmente uma consequência da lei da gravidade. Hawking também cita a descoberta, feita em 1992, de um planeta que orbita uma estrela fora do Sistema Solar, como um marco contra a crença de Isaac Newton de que o universo não poderia ter surgido do caos”.

 


Stephen Hawking

 

Agora, dois comentários sobre a afirmação de Hawking, feitos por dois físicos católicos, pertencentes à Companhia de Jesus, os jesuítas. O texto apareceu em http://www.acidigital.com/noticia.php?id=19987:

 

“Dois físicos católicos descartaram que o novo livro do Stephen Hawking, "The Grand Design", chegue a descartar a existência de Deus como criador do universo, apesar de que o autor tenha lançado a audaz afirmação de que o universo "criou-se do nada".

O acadêmico jesuíta Robert Spitzer explicou que as afirmações de Hawking contra a existência de Deus e em favor da física refletem confusões fundamentais sobre o conceito cristão de Deus como criador de tudo o que existe, o que inclui o universo e as leis da física que se aplicam a ele.

Segundo o Padre Spitzer embora Hawking fale de um universo "criando-se a si mesmo do nada", pressupõe-se que este "nada" de alguma maneira envolve a gravidade e outras leis fundamentais da física.

Mas os princípios como a gravidade não são axiomas irredutíveis nem evidentes. Ao contrário, são as leis não físicas as que regem as operações ordinárias do mundo físico. Não há comparação entre uma criação que se desdobra e se desenvolve de acordo às leis da matéria, e a proposta de Hawking de "geração espontânea" da "nada", explica o sacerdote.

Para o perito, Hawking interpreta mal a verdadeira relação entre Deus e sua criação. "Hawking não explicou claramente por que existe algo em lugar de nada. Só afirmou que algo vem de algo", ao descrever o desenvolvimento de um universo que funciona na base de leis como a gravidade.

Historicamente, muitos teólogos cristãos, assim como filósofos não cristãos, argumentaram precisamente o contrário ao ponto de Hawking: as leis da física só podem ser atribuídas a um criador infinito, inteligente e não físico.

 


O Pe. Robert Spitzer

 

O jesuíta Guy Consolmagno, astrônomo do Observatório do Vaticano, explicou à agência Catholic News Agency, do grupo ACI, que as condições prévias do universo em desdobramento e suas operações não podem ser uma forma de "nada", como considera Hawking, mas condições criadas por Deus para o ordenamento do mundo.

"Deus é a razão pela qual o espaço e o tempo e as leis da natureza confluem nas forças de operação das que fala Stephen Hawking", assinalou.

Para Consolmagno, o desprezo de Hawking por Deus se apóia não só em sua denominação errônea das leis físicas como "nada", mas também em sua falta de compreensão da noção de transcendência de Deus. Assim, o que Hawking realmente descartou foi um tipo de "deus" no qual os cristãos não acreditam.

"O 'deus' no qual Stephen Hawking não acredita, é o mesmo no qual eu não acredito. Deus não é apenas outra força no universo, junto com a gravidade ou a eletricidade. Deus não é uma força a ser invocada para preencher os vazios de nosso conhecimento", acrescenta o perito.

Consolmagno recorda que "Deus é a razão pela qual a existência mesma existe".

Para o Padre Spitzer, Hawking admite este profundo mistério no mesmo momento em que trata de desprezá-lo.

"Em minha opinião, o Dr. Hawking ainda não demonstrou que esta realidade não seja necessária. Na realidade, ele o implica ao considerar a existência de um início em sua afirmação sobre o universo que provém do nada", conclui Spitzer”.

 

 
O Pe. Guy Consolmagno

 

Uma observação minha: o grande cientista inglês parece ter caído na armadilha em que tantos outros antes dele já caíram: partir de uma noção totalmente errônea de Deus para negar Deus! Exatamente o que Guy Consolmagno observou: “Deus não é apenas outra força no universo, junto com a gravidade ou a eletricidade. Deus não é uma força a ser invocada para preencher os vazios de nosso conhecimento”. Há um vício de raciocínio em todos aqueles que pensam poder provar a existência de Deus ou a sua inexistência por a+b a partir das leis deste mundo: uma noção totalmente equivocada da transcendência divina. Uma coisa é certíssima: a ciência e cientista algum, por brilhante que seja, jamais poderão provar que Deus existe ou que Deus não existe. Se o conseguissem provar, estariam falando de algo que não é Deus, mas apenas um conceito torto e redutivo do Deus verdadeiro. Talvez tenha sido isto que Stephen Hawking fez: afirmou ter provado que a hipótese da existência do seu deus, da sua concepção de Deus, é dispensável para explicar a existência do universo. Quanto ao Deus verdadeiro, o Santo, o Absolutamente Outro, o Eterno que está para além de tudo e no mais íntimo de tudo, não foi sequer arranhado pelo cientista inglês.


   
O Pe. Lemaître, pai da Teoria do Big-bang,
com Albert Einstein


fonte: http://costa_hs.blog.uol.com.br/

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