Meditação do Papa sobre a misericórdia na Catedral de Cotonou

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Bento XVI termina discurso invocando Nossa Senhora da Àfrica

Apresentamos o discurso do Papa Bento XVI, na Catedral de Nossa Senhora da Misericórdia, durante sua viagem apostólica ao Benim.

Venerados Cardeais, Amado Arcebispo e caros irmãos no Episcopado,Reverendo Reitor da catedral, 

Amados irmãos e irmãs!

O antigo hino do Te Deum, que acabámos de cantar, exprime o nosso louvor a Deus, três vezes santo, que nos reúne nesta bela Catedral de Nossa Senhora da Misericórdia. Agradecidos, rendemos homenagem aos Arcebispos anteriores, que aqui repousam: D. Christophe Adimou e D. Isidore de Sousa. Foram valorosos trabalhadores na Vinha do Senhor, cuja memória continua ainda viva no coração dos católicos e de numerosos habitantes do Benim: estes dois Prelados foram, cada um a seu modo, Pastores cheios de zelo e caridade, que se entregaram sem reservas ao serviço do Evangelho e do Povo de Deus, especialmente dos mais desvalidos. Como bem sabeis, D. Isidore de Sousa foi um amigo da verdade e teve um papel determinante na transição democrática do vosso país.

Enquanto louvamos a Deus pelas maravilhas, com que não cessa de cumular a humanidade, convido-vos a meditar brevemente sobre a sua misericórdia infinita, nesta catedral que a isto se presta providencialmente. A história da salvação, que culmina na encarnação de Jesus e tem o seu pleno cumprimento no mistério pascal, é uma revelação esplêndida da misericórdia de Deus. No Filho, torna-Se visível «o Pai das misericórdias» (2 Cor 1, 3), que, sempre fiel à sua paternidade, «é capaz de debruçar-se sobre todos os filhos pródigos, sobre qualquer miséria humana e, especialmente, sobre toda a miséria moral, sobre o pecado» (João Paulo II, Enc. Dives in misericordia, 6). A misericórdia divina não consiste apenas na remissão dos nossos pecados, mas também no facto de Deus, nosso Pai, nos reconduzir – por vezes com sofrimento, aflição e temor da nossa parte – ao caminho da verdade e da luz, porque não quer que nos percamos (cf. Mt 18, 14; Jo 3, 16). Esta dupla manifestação da misericórdia divina mostra como Deus é fiel à aliança selada com cada cristão no Baptismo. Repassando a história pessoal de cada um e a da evangelização dos nossos países, podemos dizer com o salmista: «Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor» (Sal 89/88, 2).

A Virgem Maria experimentou, no seu grau mais excelso, o mistério do amor divino: «A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem» (Lc 1, 50) – exclama Ela no seu Magnificat. Com o seu «sim» ao chamamento de Deus, contribuiu para a manifestação do amor divino entre os homens. Neste sentido, é Mãe de Misericórdia por participação na missão do seu Filho; recebeu o privilégio de nos poder socorrer sempre e em toda parte. «Com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. Cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. Lumen gentium, 62). Ao abrigo da sua misericórdia, os corações feridos curam, as ciladas do maligno são evitadas e os inimigos reconciliam-se. Em Maria, temos não só um modelo de perfeição, mas também uma ajuda para realizar a comunhão com Deus e com os nossos irmãos e irmãs. Mãe da misericórdia, Ela é um guia seguro para os discípulos de seu Filho que querem estar ao serviço da justiça, da reconciliação e da paz. Com simplicidade e coração materno, Ela indica-nos a única Luz e a única Verdade – o seu Filho, Cristo Jesus – que conduz a humanidade para a sua plena realização no Pai do Céu. Não tenhamos medo de invocar, com confiança, Aquela que não cessa de dispensar aos seus filhos as graças divinas:

 Ó Mãe de Misericórdia,

 nós Vos saudamos, Mãe do Redentor;

 nós Vos saudamos, Virgem gloriosa;

 nós Vos saudamos, nossa Rainha!

 Ó Rainha da Esperança,

 mostrai-nos a face do vosso divino Filho;

 guiai-nos pelos caminhos da santidade;

 dai-nos a alegria daqueles que sabem dizer «sim» a Deus!

 Ó Rainha da paz,

 satisfazei as mais nobres aspirações dos jovens africanos;

 satisfazei os corações sedentos de justiça, paz e reconciliação;

 satisfazei os anseios das crianças vítimas da fome e da guerra!

 Ó Rainha da justiça,

 alcançai-nos o amor filial e fraterno;

 alcançai-nos ser amigos dos pobres e dos humildes;

 alcançai para os povos da terra o espírito de fraternidade!

 Ó Nossa Senhora da África,

 alcançai-nos do vosso divino Filho a cura para os doentes, a

 consolação para os aflitos, o perdão para os pecadores;

 intercedei junto do vosso divino Filho pela África,

 e alcançai, para toda a humanidade, a salvação e a paz!

 Amen.

BENIM, sexta-feira, 18 de novembro de 2011(ZENIT.org)

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