Igreja: “Invadamos” o ciberespaço com a força da verdade de Cristo e da Igreja.

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Heidi Schlumpf - National Catholic Reporter

Quando se trata de redes sociais, alguns católicos são lentos para clicar no botão “curtir”. Ao ler as manchetes recentes, você poderia pensar que a Igreja está aderindo às tábuas de pedra: “Facebook e o cristianismo são uma má combinação, adverte paróquia” e “Igreja do Alabama proíbe redes sociais para menores”.

Mas, para cada Igreja de João Câncio, uma paróquia de Chicago cujos líderes alertaram para os perigos do Facebook em seu boletim de abril, há uma Igreja de São Patrício, uma paróquia de Chicago que usa o Facebook e o Twitter para informar os mais de 2 mil seguidores sobre o seu próximo festival de verão e outros eventos.

E embora as políticas contra o fato de professores e estudantes se adicionarem nas redes estejam se tornando comuns nas escolas católicas e públicas,  até mesmo o Papa Bento XVI tem seu próprio canal no YouTube para se conectar com os jovens católicos.

Pouco conhecida pela velocidade com que adota a tecnologia moderna, a Igreja está decida mas lentamente juntando-se às massas nos sites de redes sociais comoFacebook, MySpace e Twitter. Existem hoje mais contas de rede social do que pessoas no mundo, e milhares pertencem a clérigos, irmãs, paróquias, escolas, publicações e outras organizações católicas.

“Usados corretamente, os sites de redes sociais podem ajudar os católicos a se comunicar e a construir comunidade”, diz Lisa Hendey, que dá oficinas sobre as novas mídias católicas e que estava entre os 150 católicos de todo o mundo convidados para um encontro para blogueiros no Vaticano em maio.

“Muitas das nossas paróquias, infelizmente, são lugares onde as pessoas aparecem no domingo de manhã e depois, durante o resto da semana, jamais pensam sobre sua conexão com a Igreja”. Hendey contou que 360 pessoas se conectaram para uma webconferência sobre Ministério Digital e Mídias Sociais no dia 26 de abril. “O uso dessas ferramentas realmente vai nos ajudar a trazer um senso de comunidade que pode inspirar e conduzir os fiéis mais em direção a Deus e a uns aos outros nos outros seis dias da semana”.

O painel online foi promovido pela Ave Maria Press em associação com a Conferência Nacional de Lideranças Catequéticas e a Associação Nacional para o Ministério Leigo.

Simplesmente hospedar um site atualizado de uma paróquia ou de outra organização católica não é mais suficiente, afirma Hendey. Com relativamente pouco investimento financeiro e voluntários ou funcionários de tempo parcial e especialistas em tecnologia, as paróquias poderiam e deveriam se conectar e promover a si próprias no Facebook e noTwitter, oferecendo vídeos e áudios online no YouTube ou em outros sites, compartilhando fotos entre os membros do Flickr ou de um site semelhante, e enviando malas-diretas e textos para seus membros que têm telefones inteligentes.

Se isso soa como algo esmagador, não é preciso ter medo, diz Hendey, que coordena todas as atividades citadas acima, não só para sua paróquia (como uma funcionária de nove horas semanais), mas também para o seu próprio ministério, CatholicMom.com. A chave é usar ferramentas que ajudem a agilizar e organizar seus contatos e informações. Assim, o tempo online não nos afasta da família e da oração.

“Essas tecnologias são ferramentas, e não brinquedos”, disse ela. “Você não vai me encontrar jogando Farmville no Facebook. Quando eu estou presente nesses lugares, é como parte das minhas responsabilidades profissionais para com a minha paróquia e o ministério que eu administro”.

Em vez de apenas entrar no Facebook, as paróquias deveriam primeiro criar uma equipe para desenvolver um plano e metas para seu uso das mídias sociais, aconselha Hendey. A equipe deve avaliar como essas tecnologias se encaixam no esquema de comunicação e de evangelização em geral da paróquia ou do grupo, acrescenta.

Se alguns paroquianos ou líderes da paróquia estiverem relutantes, lembre-os que até mesmo o papa defendeu o uso das mídias sociais no ministério em suas recente mensagens para o Dia Mundial das Comunicações. “Este é um presente para geekscomo eu”, disse Hendey. “É com essa motivação que os ministros digitais avançam no uso da comunicação social”.

Recomendações

Hendey tem inúmeras dicas para os iniciantes em mídias sociais. Entre as recomendações de software: Blogger ou o WordPress para blogs ou sites; HootSuite ouTweetDeck para postagem múltipla; Vimeo ou GodTube para vídeos; libsyn.compara podcasting; Ustream para streaming de vídeo e flockNote para textos.

Outros conselhos: use as mídias móveis, de modo que você possa postar do seu telefone, agendar posts previamente e definir o bloqueio de profanidades nas configurações máximas. E não use as mídias sociais apenas para postar anúncios. Construa uma comunidade com fotos, vídeos, pedidos de oração. Anuncie eventos, aceite inscrições e depois dê continuidade com pesquisas pós-evento.

Ao contrário dos adolescentes que gostam de se gabar de quantas pessoas os estão seguindo no Twitter, Hendey não se preocupa com números. “Construa relacionamentos, não números”, aconselha. “Essas sementinhas vão crescer. Preocupe-se mais com a qualidade da comunicação”.

Hendey também alertou sobre os potenciais perigos das mídias sociais. Como mãe de dois adolescentes e autora de The Handbook for Catholic Moms [O manual para mamães católicas], ela se preocupa especialmente com o ciberbullying e o assédio online dos jovens.

As organizações católicas devem respeitar a política do Facebook de não permitir a entrada de membros menores de 13 anos e devem ter moderadores duais, não apenas para compartilhar a carga de trabalho, mas também porque dois pares de olhos são melhores do que um para a moderação, diz ela. Eles também devem seguir quaisquer orientações para mídias sociais ou para um “ambiente seguro” da paróquia, da diocese ou da Conferência dos Bispos.

As diretrizes dos bispos sobre as mídias sociais sugerem que os sites católicos postem um “código de conduta”, como o existente em sua página do Facebook, que incentiva a “caridade cristã e o respeito pela verdade” e recomenda o bloqueio daqueles que se recusam a cumprir o código.

Eles também observam que os funcionários ou voluntários da Igreja representam a Igreja, seja em sites “públicos” ou “privados”. “Não há como ser desonesto quando você está online”, disse Hendey. “Você está representando a Igreja e por isso você deve estar ciente não apenas dos desejos do seu próprio pastor, mas da Igreja em geral”.

Ela também acredita que os sites das paróquias e outros sites oficiais católicos devem conter apenas informações que estejam de acordo com o ensino da Igreja. “Para muitas pessoas que visitam o site da sua paróquia ou se conectam com você no Facebook, você pode ser o único contato que elas têm com a Igreja”, disse ela.

Apesar de ser uma defensora animadas das redes sociais no ministério, Hendey reconhece que o tempo online pode prejudicar os outros relacionamentos e o tempo de oração pessoal. “Precisamos prestar atenção para a nossa relação e a nossa vida de fé do mundo real”, disse ela, “não nos tornando tão ocupados com o uso de tecnologia a ponto de negligenciarmos esses relacionamentos ou o relacionamento mais importante, com Deus”.

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